Iskandar Safa, o mogul da Privinvest, que arrastou o Estado moçambicano para uma malha de corrupção multimilionária, com o conluio de elementos da classe política local, quer que uma arbitragem suíça tenha precedência sobre a acção judicial movida por Moçambique em Londres. O construtor quer que a arbitragem suíça delibere primeiro sobre o seu imbróglio com o Estado moçambicano, antes do tribunal londrino de Queens julgar a acção judicial movida por Maputo contra si.
O advogado David Wolfson disse ao juiz Simon Picken, na quinta-feira, em audiência no Tribunal Superior de Queens, que seu cliente, a Privinvest Shipbuilding, com sede em Abu Dhabi, pretende também contestar se o tribunal londrino tem jurisdição sobre o caso.
Moçambique está a processar o bilionário franco-libanês, Iskandar Safa, por fraude. Safa é o fundador da empresa de construção naval no centro do escândalo das "dívidas ocultas" de mais de 2 bilhões de USD. O governo de Maputo, representado pela Peters & Peters Solicitors LLP, apresentou suas alegações em Agosto contra a Privinvest e vários ex-funcionários do banco suíço em Londres, por danos e pretende a anulação de contratos revelantes.
Por sua vez, a Privinvest acusou Moçambique de violar o seu contrato e iniciou um processo de arbitragem contra Maputo na Suíça. A empresa procura uma indemnização. Wolfson diz que Safa vai se bater para que o diferendo seja primeiro dirimido em sede de arbitragem. (Law360.com)