A Associação Moçambicana de Economistas (AMECON) reúne-se hoje num seminário de reflexão visando a sua transformação em Ordem dos Economistas. “Carta” entrevistou o actual Presidente da agremiação, António Tivane.
Ele disse que a falta de recursos é o principal Calcanhar de Aquiles da organização e isso decorre de uma incapacidade de produzir receitas ao nível institucional. Segundo Tivane, a fraca colaboração dos membros da AMECON é outro problema que caracteriza o seu quotidiano e “grande parte dos integrantes não se identifica com a causa da agremiação”.
No seu diagnóstico, Tivane reconhece que a AMECON não tem poder de influenciar a definição de políticas económicas do Governo, o que é evidenciado pela sua actuação limitada no debate público.
Na sequência deste diagnóstico negro, Tivane diz que a solução é transformar a Associação em Ordem dos Economistas de Moçambique. “Queremos nos transformar numa Ordem para ampliar nossa actuação, contribuindo para o desenvolvimento económico do país”. Segundo ele, o estatuto de Ordem vai permitir à entidade contribuir para o crescimento económico do país, por exemplo, através da elaboração de políticas públicas.
“O estabelecimento de uma Ordem faz-se através de um Decreto. Significa isto que uma Ordem faz parte daquelas instituições sob administração indirecta do Estado. O Governo pode delegar algumas acções que achar delegáveis a uma Ordem, mas isso não acontece com uma associação”, explicou o gestor da AMECON. A futura Ordem de Economistas pretende ser a consultora da sociedade em matérias económicas. “Queremos que os políticos, as empresas e a sociedade em geral nos usem para ajudarmos na resolução dos problemas que minam o desenvolvimento do país”, afirmou Tivane.
O processo dessa transformação ainda vai levar tempo. O actual elenco directivo, cujo mandato trienal termina em Abril de 2020, realiza hoje o primeiro seminário de reflexão sobre a ideia. Trata-se de buscar legitimidade dos associados. Fundada em 1997, a AMECON conta neste momento com cerca de 550 membros de todo o país. (Evaristo Chilingue)