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terça-feira, 07 janeiro 2020 07:32

Governo e SASOL “arrastam” sine die relatório da greve em Inhassoro

Secretário Permanente de Inhassoro, José Matsinhe em um seminário na cidade de Inhambane

A Comissão de Inquérito, composta pelo Governo e a petroquímica sul-africana SASOL, que explora gás natural na província de Inhambane, continua a adiar a publicação do Relatório de Auditoria às empresas sub-contratadas pela petroquímica, após serem acusadas de recrutar mão-de-obra de fora do distrito de Inhassoro.

 

A acusação remonta a 27 de Novembro passado e foi proferida, em greve, levada a cabo por populares daquele distrito a norte de província de Inhambane.

 

“Feito o relatório, ainda estamos no processo de discussão dos resultados que constatamos com a auditoria. Como Governo, temos o nosso posicionamento. Mas aguardamos um debate com a SASOL para depois fazermos um comunicado comum”, disse ontem, à “Carta”, o Secretário Permanente (SP) do Distrito de Inhassoro, José Matsinhe, que também chefia a comissão.

 

Constituída após o tumulto, a comissão já prometeu (em mais de duas ocasiões) pronunciar-se sobre as conclusões do referido relatório, mas nunca cumpriu. Vinte e sete de Dezembro passado foi a terceira data em que o SP de Inhassoro prometeu reunir-se com a petroquímica para debater o assunto e depois emitir um comunicado.

 

Contudo, ontem ainda, em conversa telefónica, Matsinhe disse que a SASOL não compareceu, alegadamente por motivos de férias colectivas, mas que espera que na reunião prevista para a última semana deste mês (entre os dias 24 ou 25), a empresa esteja representada.

 

“Está a levar tempo sim, mas é preciso garantir que esse processo corra, tendo em conta a dinâmica e disponibilidade da própria SASOL”, afirmou o chefe da Comissão.

 

Embora tenha já o relatório, o SP disse durante a conversa que não podia avançar nenhum dado, pois “seria avançar posicionamento unilateral”.

 

Entretanto, num outro desenvolvimento, Matsinhe avançou que a auditoria, que incidiu sobre seis empresas sub-contratadas pela SASOL, concluiu haver “um nível de contratação aberto e transparente”. Porém, em tom contraditório, Matsinhe avançou: “depois de alinharmos a comunicação com a SASOL, vamos fazer uma recomendação a todas as empresas no sentido de cumprirem com os requisitos de contratação mais transparentes, mais inclusivos. Com isso, acreditamos que haverá redução da insatisfação por parte dos candidatos a emprego. É isso mesmo que nos importa”, garantiu.

 

Para além de falta de transparência, os populares reivindicavam, na greve, a chegada a Inhassoro, naquela semana, de 100 pessoas idas de Maputo para trabalhar na empresa Bonat. “Em relação a esse aspecto, não foi possível apurar nada”, afirmou Matsinhe. (Evaristo Chilingue)

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