A consultora NKC African Economics considera que a inflação vai continuar moderada em Moçambique, mas alerta que os riscos de subida dos preços podem materializar-se e não vão desaparecer no curto e médio prazo.
"A perspetiva de evolução da inflação em 2021 vai manter-se relativamente modesta, mas estamos muito cientes dos riscos de subida dos preços, incluindo o enfraquecimento da moeda local, o aumento dos preços da energia, eventos climatéricos adversos e o conflito local disruptivo", lê-se num comentário à inflação em Moçambique, que subiu 0,66% em novembro.
"É improvável que estes riscos desapareçam a curto e médio prazo, o que pode significar que se houver surpresas na inflação, a capacidade das autoridades monetárias para fornecerem alívio será limitada", acrescentam os analistas num comentário à inflação, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso.
Moçambique registou em novembro uma inflação mensal de 0,66%, de acordo com os dados publicados pelo boletim do Índice de Preços no Consumidor (IPC) do Instituto Nacional de Estatística (INE) em meados deste mês.
A inflação acumulada em 11 meses situa-se este ano em 1,97% e a inflação homóloga em novembro fixou-se em 3,27%.
A inflação média a 12 meses está em 3,14%.
De janeiro a novembro, destacaram-se as subidas de preços do carapau, peixe fresco, óleo alimentar, veículos automóveis ligeiros (novos e usados), refeições completas em restaurantes e pão de trigo.
A tendência de subida de preços, ainda que a ritmo ligeiro, já tinha sido identificada pelo Banco de Moçambique e outras autoridades do setor.
A conjuntura reflete choques na economia provocados pela pandemia de covid-19.
Os valores do IPC são calculados pelo INE a partir das variações de preço de um cabaz de bens e serviços, com dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula. (Lusa)