A partir deste ano, o Governo irá massificar o uso de gás de cozinha no país. O objectivo é aumentar o número de consumidores do referido gás, visto que, actualmente, só pouco mais de 1.5 milhão de famílias, localizadas principalmente em grandes cidades, é que usam o bem.
A informação foi avançada à “Carta”, esta quinta-feira (11), pelo Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis, no Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREM), Moisés Paulino.
Para a materialização desse desiderato, Paulino disse, em entrevista telefónica ao jornal, que o Governo conta com as empresas distribuidoras de combustíveis que operam no país. Para tal, o Executivo conta também com o recém-inaugurado Terminal Logístico de Combustíveis Líquidos, no Município da Matola, província de Maputo, que veio incrementar a capacidade de armazenagem e manuseamento de 60 mil metros cúbicos de combustíveis líquidos e igual quantidade de gás de cozinha.
“A massificação consistirá em levar o gás até outros pontos do país, para além das grandes cidades. O objectivo é permitir que, gradualmente, os moçambicanos troquem o uso do carvão e lenha por gás de cozinha”, disse a fonte.
Especificamente, o Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis disse que, para a materialização do projecto, o Governo vai lançar ainda este ano uma campanha que consistirá em chamar o interesse e, por conseguinte, envolvimento do sector privado que opera na distribuição do gás de cozinha.
Para que mais moçambicanos possam passar a usar o gás de cozinha, Paulino, que falava horas antes do seminário virtual sobre o assunto, acrescentou que o Governo vai instruir as distribuidoras a fabricarem botijas reduzidas, por exemplo 4 Kg, cujo preço será ainda mais reduzido em relação às garrafas maiores em uso no mercado.
“O Governo prevê também expandir infra-estruturas de enchimento de botijas, porque 90% das garrafas consumidas em todo o país são enchidas em Maputo”, acrescentou Paulino.
Segundo o nosso entrevistado, o processo de massificação da utilização do gás de cozinha irá enfrentar desafios, como dar a conhecer a população moçambicana as vantagens do uso daquele produto, bem como criar condições financeiras necessárias para garantir a implementação desejada do projecto.
Por outro lado, o Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis explicou que o projecto cria oportunidades para empresários. O Governo, sublinhou Paulino, vai permitir que não só as grandes empresas, mas também os pequenos e médios empresários se juntem ao programa para fazer negócio. (Evaristo Chilingue)