O Porto da Beira, centro de Moçambique, está a cada dia a dinamizar o transporte marítimo da região da África Austral e do mundo. Em causa está o facto de a Cornelder de Moçambique, SA e o Corredor da Beira terem visto um aumento contínuo na demanda pelos seus serviços por parte dos exportadores de cobre dos países do hinterland, nos últimos três anos.
Durante os exercícios económicos de 2018 e 2019, essa procura traduziu-se num aumento significativo de 42% no cobre da Zâmbia e um impressionante aumento de 700% na República Democrática do Congo (RDC), o que contribuiu para que o porto manuseasse mais de 270.000 toneladas de cobre naquela época.
A tendência crescente foi persistente e, em 2020, as exportações da RDC aumentaram até 116%, enquanto, para a Zâmbia, registou-se um crescimento de 88%. A quantidade total de cobre manuseada excedeu 500.000 toneladas transportadas por via de contentores.
As interrupções da cadeia de suprimentos experimentadas globalmente, devido aos bloqueios relacionados à Covid-19, causaram atrasos nos cronogramas de navios e na falta de contentores, o que dificultou as cadeias de abastecimento de cobre a nível global, não poupando a rota da Beira. Estes factores tiveram um impacto negativo na produção de cobre do hinterland em mais de 50%, num momento em que o preço internacional deste minério sofre aumentos e beneficiará, significativamente, as economias do interior.
Como tal, o porto e os membros do corredor deram importantes passos no sentido de reintroduzir o carregamento de cobre a granel da Beira, quase duas décadas depois de terem mudado para o sistema de carregamento por contentores.
Participaram desta memorável operação com a Cornelder a Access World, na qualidade de agente de carga, e o Agente de Navios, Terra Mar Logistics, provando que os transportes fracionados são uma alternativa eficaz ao transporte de contentores de cobre para fora da Beira.
A operação foi bem-sucedida com 15.000 toneladas de cátodos de cobre carregados entre os dias 30 de Setembro a 5 de Outubro de 2021, tendo o navio desatracado nas primeiras horas do dia 06 de Outubro.
Durante a operação, a segurança foi sempre a principal preocupação, o que contribuiu para que fosse possível concluir a operação sem ferimentos ou comprometimento da integridade da carga. O porto manteve os seus habituais e imprescindíveis protocolos de segurança, para o manuseio de cobre em contentores para carga fracionada. Como tal, a operação foi bem-sucedida sem quaisquer violações ou incidentes de segurança.
Os prestadores de serviços de logística de carga do porto e corredor da Beira estão empenhados em maximizar o potencial do transporte de carga fracionada, para aliviar a actual crise do transporte de contentores e continuarão a oferecer esta solução aos valiosos clientes do corredor. (Carta)