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segunda-feira, 22 agosto 2022 07:29

Austral Seguros (de Bernardo Cumaio) acusada de seduzir e abandonar “quadros”

A Austral Seguros rescindiu contratos com alguns trabalhadores e outros decidiram desvincular-se voluntariamente por causa de vários meses de salário em atraso.

 

De acordo com os antigos trabalhadores daquela Companhia de Seguros, a empresa já vinha demonstrando alguns sinais de falta de condições de trabalho, o que levou alguns trabalhadores a rescindir os seus contratos por iniciativa própria, enquanto outros, com contratos indeterminados, a empresa tomou a iniciativa de rescindir os seus contratos, alegando problemas económicos.

 

"Somos mais de 20 trabalhadores com salários em atraso há mais de 10 meses, dos quais, alguns decidiram sair da empresa por vontade própria. Entretanto, quando fomos ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), ficamos a saber que a empresa não canalizava, há meses, os descontos dos nossos salários ao INSS. Acima de tudo, o que mais nos preocupa é que já fizemos uma denúncia ao Ministério do Trabalho e este, posteriormente, enviou duas funcionárias para averiguar os factos. Depois de conversarem com os trabalhadores, foram ter com o patronato e até agora a nossa situação não foi resolvida".

 

As fontes dizem que tentaram por várias vezes interagir com os dirigentes da empresa, mas estes nunca deram qualquer satisfação e tornaram o assunto em algo normal. Alegam que o Presidente da empresa disse directamente na cara dos lesados que ele não tem dívida com ninguém e quem deve é a empresa.

 

"Nós queremos aquilo que é nosso por direito, exigimos os nossos salários em atraso e a empresa que pague a Segurança Social os descontos que não canalizava. Sabemos que a Seguradora tem delegações na Matola, Macia, Xai-Xai, Nampula e Inhambane, e lá pagam por si os salários e o remanescente canalizam para as contas da empresa. Então, o patronato só tinha cerca de 30 funcionários para pagar salários, mas mesmo assim tem salários em dívida e o mais agravante é a empresa rescindir os contratos sem nos dar aquilo que merecemos", explica o grupo.

 

Os queixosos dizem que as coisas complicam mais ainda por a empresa não estar devidamente estruturada, sendo que a mesma pessoa que responde pelos Recursos Humanos, é também advogada da empresa e Chefe do Departamento Jurídico.

 

"Vários colegas já submeteram o caso ao tribunal e até aqui não tiveram o desfecho porque alguns processos desapareceram. Nos outros casos, o número do processo que os mesmos possuem não condiz com o número que o tribunal tem e não sabemos a que se deve".

 

O grupo diz ainda que a empresa está a optar em dar mais oportunidades para estagiários, daí estar a diminuir a mão-de-obra antiga. "Já nos dirigimos ao Instituto de Supervisão de Seguros para meter queixa contra a empresa por ter salários em dívida com os seus funcionários, mas até aqui não fizeram nada", garantem.

 

Conforme contam, o Presidente do Conselho de Administração da Empresa (PCA), Bernardo Cumaio, levou vários jovens que trabalhavam noutras seguradoras do país e hoje está a rescindir contratos com os mesmos. "Carta" contactou o PCA da Austral Seguros, Bernardo Cumaio, tendo de seguida delegado uma fonte da empresa que não se quis identificar e em poucas palavras disse: "A empresa está numa fase de reestruturação, por isso está a enfrentar pequenas dificuldades, mas até próxima semana vamos resolver tudo". (Carta)

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