A estatal Correios de Moçambique vai vender uma parte do património imobiliário para reduzir o número de trabalhadores de 620 para 326 a nível nacional, anunciou o presidente do Conselho de Administração. Valdemar Jessen adiantou que a empresa pública precisa de angariar um montante em meticais equivalente a cerca de 2,3 milhões de dólares para reduzir o pessoal através de reformas antecipadas e rescisão de contratos. Além da venda de cinco imóveis, o administrador mencionou igualmente a possibilidade de proceder à venda de 50% das acções representativas do capital social da empresa, não sendo de antecipar qualquer objecção a este projecto “uma vez que os serviços postais deixaram de ser um monopólio estatal.”
O responsável acrescentou que os trabalhadores da empresa, a quem são devidos mais de 50 milhões de meticais em salários em atraso, têm uma idade média avançada e um baixo nível de escolaridade, dando-se ainda o caso de que mais de 73% da receita é absorvida com remunerações, “percentagem que supera o máximo permitido pela lei em vigor.” Citado pela agência noticiosa AIM, Jessen disse ainda que a decisão de vender património foi já aprovada pelo governo, o que vai permitir melhorar a situação financeira da empresa, com o benefício adicional de que essa venda vai permitir reduzir os custos de manutenção dos referidos imóveis. A administração dos Correios de Moçambique quer igualmente adoptar uma política de “emagrecimento” para um nível sustentável e adequado em termos comerciais para poder competir em pé de igualdade com as cerca de 40 empresas privadas que operam na mesma área. (Carta)