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sexta-feira, 24 maio 2024 09:56

“Capacitar as estrelas do amanhã”: O papel da educação na criação de talentos e na sustentabilidade da indústria de entretenimento africana

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O continente africano tem um grande potencial não explorado. As pessoas, as suas capacidades e as suas relações poderosas prometem uma riqueza de realizações, se for possível realizá-las plenamente. A chave para que esse potencial humano se torne realidade reside numa intervenção singular: a educação.

 

Felizmente, a educação é amplamente valorizada em todo o nosso continente e é uma aspiração partilhada por quase todos os africanos. Neste espírito, enquanto o continente se prepara para celebrar a fundação da União Africana (UA), no Dia de África, a 25 de Maio, a UA escolheu “O Ano da Educação” como tema para 2024.

 

De forma mais detalhada, o tema da celebração do Dia de África é “Educar África para o século XXI: Construir sistemas educativos resilientes para aumentar o acesso à aprendizagem inclusiva, ao longo da vida, de qualidade e relevante em África.”

 

Dada a principal preocupação da “educação resiliente” neste tema, é útil considerar como as organizações estão a enfrentar o desafio educativo de África e como estão a garantir que as competências que os estudantes adquirem sejam directamente relevantes para o seu desenvolvimento futuro e o do continente.

 

Formação relevante

 

Uma dessas organizações é a MultiChoice Talent Factory (MTF – Incubadora de Talentos da MultiChoice), iniciativa da empresa pan-africana de entretenimento MultiChoice. A MTF consiste em três ofertas: as Academias MTF nas principais capitais africanas, que oferecem formação prática e relevante para aspirantes a profissionais de televisão e cinema; o Portal MTF, que permite aos profissionais fazer networking e encontrar oportunidades de trabalho; e as Masterclasses da MTF, que oferecem um programa contínuo de desenvolvimento profissional.

 

As mais influentes destas ofertas MTF são as academias em Nairobi, Lagos e Lusaka. Trata-se de programas que equipam os aspirantes a profissionais da indústria com a “educação sustentável” crucial necessária para prosperar no sector do cinema e da televisão em rápida mudança.

 

Agora no seu sexto ano, o programa oferece um curso abrangente e totalmente pago de 12 meses de preparação para a indústria que dá aos participantes a oportunidade inestimável de aprender com especialistas da indústria em áreas como argumento, direcção, produção, cinematografia, comissionamento e edição.

 

Este foco na experiência prática garante que os graduados surjam não apenas qualificados, mas com capacidade prática e comprovada para trabalhar no sector. Este foco em competências directamente relevantes dá a indústria um fluxo de profissionais formados que entram no mercado de trabalho e também dá às centenas de jovens que emergem das Academias MTF todos os anos uma boa oportunidade de encontrar carreiras.

 

Uma pesquisa da MTF descobriu que cerca de 92% dos graduados da Academia MTF passam a trabalhar no sector criativo. Muitos destes jovens profissionais seguem carreiras na MultiChoice, que se auto-denomina “o contador de histórias mais amado de África”.

 

Desbloquear o potencial dos jovens

 

Este nível de integração demonstra outro benefício da educação na jornada de desenvolvimento africano: liberta o enorme potencial da população jovem do continente.

 

Os alunos da Academia MTF ganham prémios consistentemente em festivais de cinema, têm os seus trabalhos exibidos nas principais plataformas e alcançam grande êxito profissional.

 

Estes sucessos sublinham como a formação directamente relevante e focada na indústria irá gerar rapidamente benefícios reais. O êxito que a MultiChoice obteve ao formar os seus próprios profissionais da indústria oferece um caso instrutivo para empresas de outros sectores.

 

Tal é especialmente verdade em África, onde o enorme grupo de jovens do continente representa a sua maior oportunidade global – mas, apenas, se esta oportunidade for convertida através da educação.

 

Aliás, a educação é o que transformará os 400 milhões de jovens africanos com idades entre os 15 e os 35 anos numa geração de médicos, advogados, financeiros, engenheiros e profissionais da comunicação social.

 

Nas palavras da União Africana, “… uma população tão jovem apela a um aumento do investimento em factores de desenvolvimento económico e social, a fim de melhorar o índice de desenvolvimento das nações africanas.”

O programa de formação da MTF é uma iniciativa de desenvolvimento intencional neste sentido. Foi concebido para criar carreiras para aspirantes a profissionais de cinema e televisão, mas também para responder directamente às necessidades da MultiChoice, do sector dos meios de comunicação social e da economia africana como um todo.

 

Impacto cultural

 

Outra proposta crítica de valor deste percurso desde a formação até à produção no sector criativo é o seu impacto cultural. A formação de criativos africanos prepara-os para contar histórias africanas.

 

À medida que criativos africanos dinâmicos e altamente qualificados produzem conteúdos que repercutem fortemente junto do público africano, tal impulsiona o envolvimento, enriquece os negócios e permite que o povo africano se veja reflectido em conteúdos de poderosos com valores de entretenimento de classe mundial.

 

A ideia de ‘educar África’ é uma abordagem inovadora, à medida em que prepara os africanos para se educarem uns aos outros, cultural e espiritualmente, através da narração de histórias africanas. Estas histórias também permitem que África mostre ao resto do mundo o poder da sua história e o talento do seu povo, à medida que as nossas produções ocupam o seu devido lugar nas plataformas de conteúdo mundiais.

 

Enquanto o Dia de África se aproxima, esta dupla abordagem à auto-realização africana nunca foi tão relevante. O continente está a desenvolver as capacidades da sua população através da educação e da formação; mas também a melhorar a sua posição no mundo, através da produção de bens, serviços e resultados criativos que irão acrescentar valor, entreter e inspirar, ou seja, educar o mundo sobre o poder de África.

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