Os condenados das “dívidas ocultas” detidos no estabelecimento penitenciário do Ligamo, localizado na estrada velha da Matola, estão em pânico. Ontem à noite, o Director Nacional de Operações Penitenciárias, Ramos Zambuco, foi comunicar aos presidiários que, provavelmente, haveriam de ser todos transferidos para o Estabelecimento Penitenciário da Machava, a chamada cadeia central.
Zambuco não foi claro na informação, nem disse quando é que a medida seria concretizada. Mas a possibilidade da transferência dos presos das “dívidas ocultas” do Língamo para a Machava não foi bem recebida pelos visados.
No actual clima de tensão politica e social que se vive em Moçambique, correm rumores e apelos de invasão aos estabelecimentos penitenciários. Nos últimos dias, as cadeias de Morrumbala (Zambezia) e Chibuto (Gaza) foram arrombadas pelos protestantes, originando a fuga de dezenas de prisioneiros, alguns dos quais cumpriam penas altas por homicídio e assaltos.
No caso dos presos da “dívidas ocultas”, um dos receios dos visados o de, uma vez na Machava, serem violentados e seviciados dentro do contexto actual de convulsão social e a percepção popular de que o ataque a figuras ligadas às elites políticas – muito embora no caso vertente sejam arguidos condenados por corrupção, entre outros crimes – é o que está a dar.
Entre os arguidos das “dívidas ocultas” que foram transferidos para o Língamo em junho de 2019 constam Ndambi Guebuza, Bruno Tandane, Teófilo Nhangumele, Gregório Leão e António Carlos Rosário e Fabião Mabunda. (M.M.)