A economia moçambicana está a crescer ao ritmo mais baixo dos últimos dez anos do país, mas o Standard Bank perspetiva um crescimento para 2020 de 1,7% devido a futuros investimentos no setor do gás natural.
A previsão foi ontem avançada em Luanda pelo economista chefe do Standard Bank para Angola e Moçambique, Fáusio Mussá, que participou, em Luanda, num ‘briefing’ económico realizado por aquele banco, para acrescentar valor aos temas ligados à economia angolana e ao continente africano em geral.
Segundo Fáusio Mussá, o crescimento do segundo trimestre da economia moçambicana foi de 2,3%, mas coincidindo com o arranque dos investimentos dos projetos de gás natural, “haverá, em princípio, uma melhoria da liquidez em moeda externa no país”.
“Este investimento pode ajudar a que se mantenha uma inflação baixa, uma moeda relativamente estável e um aumento do consumo”, frisou, adiantando que a expectativa do Standard Bank no próximo ano é de que Moçambique cresça 1,7%, ainda assim “um nível bastante reduzido comparando com o potencial que o país tem”.
Num olhar sobre a fase de desaceleração da maior economia do continente africano, a África do Sul, Fáusio Mussá afirmou que os efeitos podem ter impacto em Angola, porque é importador de alguns produtos daquele país.
“A África do Sul é uma economia com um peso muito grande na região, se o possível ‘down credit’ na África do Sul gerar uma instabilidade cambial do rand em relação às principais moedas, pode ser que por essa via haja uma maior inflação”, referiu o economista chefe do Standard Bank para Angola e Moçambique, acrescentando que a inflação se vai manter abaixo dos 5%.
Segundo Fáusio Mussá, se a inflação aumentar na África do Sul, Angola, que importa alguns produtos do país, poderá ver um aumento dos preços.
“Felizmente temos estado a acompanhar a evolução e temos uma perspetiva mais otimista em relação à África do Sul”, disse.(Lusa)