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Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
segunda-feira, 22 junho 2020 06:36

Renamo reage hoje à “expulsão” de António Muchanga de um debate televisivo

O maior partido da oposição, no xadrez político nacional, a Renamo, pronuncia-se esta manhã sobre a expulsão do deputado António Muchanga de um programa televisivo, acto tido lugar domingo último. A garantia foi dada à “Carta de Moçambique”, ao princípio da noite ontem, pelo deputado e porta-voz do partido, José Manteigas.

 

Entretanto, referir que poucos minutos após o nosso jornal ter chegado à fala com José Manteigas, o partido fez circular uma nota de imprensa dando conta de que Ossufo Momade, Presidente da Renamo, fará, na manhã de hoje, uma comunicação à Nação. A nota, no entanto, não é explícita, como sempre, sobre o objecto da comunicação.

 

O deputado António Muchanga, eleito pelo círculo eleitoral da província de Maputo, foi expulso na noite do passado domingo do programa “Pontos de Vista”, veiculado pelo canal privado STV, devido ao seu avançado estado de embriaguez.

 

O deputado da Renamo foi convidado pelo apresentador e moderador do retromencionado programa, Jeremias Langa, a retirar-se do programa, por este último ter constatado que o mesmo não se encontrava em condições de continuar o debate com a lucidez e discernimento.

 

António Muchanga, conhecido pelo seu verbo afiado, foi retirado poucos minutos após o início do programa. Apenas teve espaço para apresentar o seu facto da semana, que esteve relacionado à mudança da alcunha da selecção nacional de futebol, os “Mambas”. Na sua enrolada alocução (caracterizada pela deficiente articulação das palavras) sugeriu que os moçambicanos devem votar na “alcunha rinoceronte” por ser um animal com maior valor em Moçambique e por também ser mote para a condenação a penas pesadas de vários cidadãos no país.

 

Do programa “Pontos de Vista” tomam parte os representantes dos três partidos com assento parlamentar, nomeadamente a Frelimo, a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique. Esta segunda-feira, “Carta” tentou sem sucesso ouvir António Muchanga. Os telemóveis do deputado da Renamo encontram-se fora de serviço.

 

Momentos antes de ser expulso do programa

 

Não era, na verdade, António Muchanga quem devia ter estado na edição do programa “Pontos de Vista” do passado domingo, soube “Carta Moçambique” de fonte próxima. Tudo começou com a indisponibilidade manifestada pelo representante residente da Renamo no programa, o deputado Eduardo Namburete, tendo o partido, por contingência, enviado o também deputado António Muchanga. António Muchanga já, em outras ocasiões, substituiu Eduardo Namburete no aludido programa.

 

Fonte da “Carta” contou que António Muchanga foi chamado à última da hora para o programa. E, pelo facto, narrou a fonte, chegou a escassos minutos do início do programa. Ou seja, chegou atrasado, numa altura em que seus “colegas do painel”, nomeadamente Feliz Sílvia (Frelimo) e Silvério Ronguane (MDM), já se encontravam no interior do Estúdio.

 

Tal como confidenciou ao nosso jornal, o espectáculo de que foi protagonista o deputado da Renamo começou ainda na caracterização. Foi naquele sector (caracterização) que a maquilhadora apercebeu-se do estado ébrio do deputado da Renamo. Narrou a nossa fonte que a maquilhadora ainda tentou alertar o realizador do programa do estado ébrio de António Muchanga, mas foi em vão. O realizador, pressionado pelo aproximar da hora do arranque do programa, ignorou os alertas e comunicou lo apresentador do programa da chegada de António Muchanga que, seguidamente, entrou para o estúdio e ocupou o seu assento, bem próximo de Jeremias Langa.

 

O programa iniciou e António Muchanga, com claros sinais de embriaguez, foi corrido cinco minutos depois. Na sua primeira intervenção (apresentação do facto da semana), sequer conseguiu construir um argumento, sobressaindo a debilidade na articulação das palavras. Vendo a incapacidade manifesta do deputado da Renamo, isto depois de questioná-lo se estava mesmo em condições de tomar parte do programa, Jeremias Langa chamou o intervalo e, de seguida, mandou-o para casa. (Carta)

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