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quarta-feira, 20 janeiro 2021 07:23

Covid-19: “Não queremos chegar à Medicina de Catástrofe” – Ussene Isse

Os últimos dados da Covid-19, no país, não deixam qualquer cidadão tranquilo, em particular os profissionais da saúde, que viram a sua rotina alterada desde 22 de Março de 2020. Desde que o ano de 2021 iniciou, o número de novos infectados explodiu, tal como rebentou o número de internamentos e de mortes associadas à pandemia.

 

Só nesta terça-feira, o MISAU reportou o diagnóstico de mais 824 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, o internamento de mais 24 pessoas e a morte de mais quatro cidadãos. No total, 215 pessoas estão internadas nos hospitais públicos, enquanto 253 cidadãos já perderam a vida devido à pandemia. Neste momento, 8.881 pessoas estão infectadas, em Moçambique.

 

Devido a este cenário, o Director Nacional de Assistência Médica, Ussene Isse, anunciou, esta segunda-feira, o esgotamento (a 100%) da capacidade de internamento a nível dos hospitais privados, havendo ainda 20% a nível do sector público.

 

Com os números a crescerem, diariamente, teme-se que o país chegue à Medicina de Catástrofe, aplicada quando os recursos materiais e humanos não são suficientes para dar resposta a tantas vítimas. Ou seja, neste caso, os médicos são chamados a escolher quem deve ou não sobreviver.

 

Em conferência de imprensa, concedida esta segunda-feira, em Maputo, Ussene Isse afirmou não desejar chegar à fase de Medicina de Catástrofe, pelo que apela aos cidadãos a cumprirem, rigorosamente, as medidas de prevenção decretadas pelas autoridades de saúde.

 

“Ainda não chegamos na Medicina de Catástrofe e esse é o nosso medo, daí os nossos apelos para que as pessoas mudem de comportamento, que implementem a prevenção”, disse Isse, reiterando que “não queremos chegar a esta fase porque não vai ficar bem ter que escolher quem vive e quem não vive. Vamos pedir a Deus para que não cheguemos a essa fase”, rematou.

 

O princípio da Medicina de Catástrofe passa por salvar mais vidas e mais anos de vida e, geralmente, aplica-se em ambiente extra-hospitalar, concretamente, em situações de desastres naturais, acidentes de viação, contextos de guerra ou crises humanitárias. (Carta)

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