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BCI
quarta-feira, 12 maio 2021 09:11

África sem vergonha

Onze estadistas africanos marcam presença, esta quarta-feira, na investidura de Yoweri Museveni, presidente do Uganda há 35 anos. Museveni, de 76 anos de idade, é empossado pela sexta vez como presidente daquele país da África Oriental. Ele foi declarado vencedor nas polémicas eleições de Janeiro com 58 por cento de votos, numa votação marcada por uma profunda contestação e uma violência eleitoral que ceifou a vida de mais de 55 pessoas, deixando outras centenas atrás das grades. Museveni tem fortes ligações com a Frelimo.

 

Entretanto, a oposição mantém a sua posição de que a eleição para estender o governo do partido de Museveni, o Movimento de Resistência Nacional, para 40 anos, foi fraudulenta. Lembre-se, Museveni ganhou o escrutínio com 5.850.000 votos, correspondentes a 58.64 por cento, enquanto o seu principal opositor, Bobi Wine, obteve 3.480.000, ou seja, 34.83 por cento.Reagindo às duras críticas da oposição, a Ministra na Presidência, Esther Mbayo, declarou num comunicado de imprensa: "onde fracassamos na nossa gestão dos processos eleitorais como governo, impusemos todos os remédios e seguimos em frente. Nenhum país sob o sol atingiu 100 por cento de perfeição em democracia”, referiu.

 

A Ministra Esther Mbayo explicou que a cerimónia, a decorrer esta quarta-feira, no estádio de Kololo, ocorre pouco mais de uma semana após o Uganda ter confirmado o seu primeiro caso da variante indiana B.1.617 da Covid-19, sendo que a cerimónia acabou sendo restrita para cerca de 4.000 convidados. A 5 de Maio, a presidência da República reduziu o número de presidentes que deveriam agraciar a sexta cerimónia de posse do presidente Museveni, reduzindo de 21 para 11. "Onze chefes de Estado comparecerão pessoalmente e cerca de dez vão enviar delegações de alto nível", disse a secretária de imprensa do presidente, Lindah Nabusayi.

 

O presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, deixou Harare esta terça-feira com destino a Kampala para assistir à investidura de Yoweri Museveni. Doze países, diz Nabusayi, estarão representados a nível de vice-presidente, primeiros-ministros e ministros dos Negócios Estrangeiros.  A ministra da Presidência, Esther Mbayo, afirmou que o objectivo do partido no poder, o Movimento de Resistência Nacional (NRM), é transformar o Uganda de um país pobre e camponês para uma sociedade moderna, industrial e próspera até 2040.”

 

As forças de segurança do Uganda estão em estado de alerta para reprimir possíveis focos de protesto durante a tomada de posse. Os ugandeses foram às urnas no passado dia 14 de Janeiro para eleger o Presidente e novos membros do Parlamento numa das eleições mais concorridas da história política do país, segundo disseram na altura os observadores nacionais e estrangeiros. 

 

Na corrida eleitoral, outros dez candidatos também desafiaram o Presidente Yoweri Museveni, no poder desde 1986.  A campanha eleitoral foi marcada pela violência, com dezenas de manifestantes da oposição mortos durante repressões a comícios. Activistas dos direitos humanos mostraram-se preocupados com o destacamento do Exército para as ruas, antes, durante e depois das eleições.

 

Yoweri Museveni tem fortes ligações com a Frelimo

 

Segundo Museveni, 28 ugandeses foram treinados em Montepuez, Província de Cabo Delgado, entre 1976/78 e mais tarde constituíram o exército de nove mil homens que lutaram contra Idi Amin. O derrube de Idi Amin foi um dos marcos importantes da história do Uganda que, para o efeito, contou com a participação das forças tanzanianas, apoiadas por tropas moçambicanas. (FI)

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