O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido por unanimidade com o Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca da Associação Portuguesa de Escritores (APE) pelo livro "Compêndio para desenterrar nuvens", anunciou hoje a organização.
A obra, editada pela Caminho, é constituída por vinte e duas histórias que abordam o calvário de pessoas, com especial atenção às vozes femininas, e as "suas vidas fragmentadas" pela guerra, fome, secas e "tóxicas relações de poder", segundo comunicado da APE.
O júri, constituído por Fernando Batista, Mário Avelar e Paula Mendes Coelho, destacou, sobre a obra, a forma como Mia Couto, "misturando sabiamente o código realista e o código imaginário sem nunca esquecer o registo lírico, continua a denunciar as injustiças de onde quer que elas venham, sem deixar de nos alertar, ainda que em tom geralmente irónico, para novas submissões, novas ameaças bem perniciosas".
O Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca, instituído em 2023 pela Associação Portuguesa de Escritores, e patrocinado pela Câmara Municipal de Cascais e Fundação D. Luís I, destina-se a galardoar anualmente uma obra de contos em português.
O valor monetário deste prémio é de 12.500 euros para o autor distinguido.
Na ata, o júri aponta as novas ameaças que o autor vencedor aborda no livro: "A perda da memória e ocultação das nossas raízes, a violência das novas tecnologias, as novas polícias dos costumes e da linguagem. Entre muitas perguntas [Mia Couto] deixa-nos esta: 'Ser feliz num tempo destes é politicamente incorreto?'".
Trata-se de uma recolha de contos que o autor tem vindo a publicar mensalmente na revista Visão, tal como aconteceu num volume anterior intitulado “O Caçador de Elefantes Invisíveis”.
Mia Couto nasceu na Beira, em Moçambique, em 1955, trabalhou como jornalista e professor, e atualmente é biólogo e escritor.
Prémio Camões em 2013, é autor, entre outros, de "Jesusalém", "O Último Voo do Flamingo", "Vozes Anoitecidas", "Estórias Abensonhadas", "Terra Sonâmbula", "A Varanda do Frangipani" e "A Confissão da Leoa".
Traduzido em mais de 30 línguas, o escritor foi igualmente distinguido com o Prémio Vergílio Ferreira, em 1999, com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas, em 2007, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2011, pelo conjunto da obra, entras outras distinções.
"Terra Sonâmbula" foi eleito um dos 12 melhores livros africanos do século XX, e "Jesusalém" esteve entre os 20 melhores livros de ficção mais publicados em França, na escolha da rádio France Culture e da revista Télérama.(Lusa)
Por Dercio Alfazema
Eu sou a favor da revisão profunda da CRM para se organizar e tornar o documento ajustável a perspectiva de desenvolvimento e de um estado de direito democrático moderno, para se rever os poderes do PR e se for o caso, aumentar o mandato do PR para 7 anos. Mandatos de cinco anos não estão a trazer impacto. Se o problema é de quem governa, temos agora a chance de escolher um bom Presidente da República para trazer resultados. Um PR lúcido que entenda os desafios do país. Alguém que ama o povo e esteja disposto em fazer mudanças. Alguém que tenha os pés assentes e esteja aberto a críticas, a ouvir e a buscar soluções junto com o povo. Esta coisa de mandato não pode ser problema, a questão é termos uma boa pessoa e que ama o povo para governar bem, promover a justiça social, o desenvolvimento e bem-estar da população.
Tenho estado a analisar o perfil dos 4 candidatos a PR e em breve vou partilhar publicamente para que cada um tire as suas conclusões.
Líderes de países africanos, como a África do Sul, Etiópia e outros, condenaram a tentativa de assassínio do candidato presidencial norte-americano, Donald Trump, durante um comício de campanha em Butler, na Pensilvânia, no sábado (13) à noite.
"A tentativa de assassínio do ex-presidente Donald Trump é um lembrete gritante dos perigos do extremismo político e da intolerância. A violência política é a antítese da democracia. Desejo ao ex-presidente Trump uma recuperação rápida", afirmou o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
"Denunciamos inequivocamente esta violência política e esperamos sinceramente que os cidadãos e líderes dos Estados Unidos tenham a força e sagacidade para rejeitar a violência e procurar soluções pacíficas, acrescentou numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Na mesma rede social, o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, manifestou-se "profundamente chocado com o ataque" contra Trump.
"Desejo-lhe uma rápida e total recuperação. E desejamos ao povo norte-americano uma campanha eleitoral pacífica e democrática", sublinhou o governante. (África News)
O Presidente do Quénia, William Ruto, demitiu, esta quinta-feira (11), a quase totalidade dos seus ministros, a excepção do seu vice-Presidente e do ministro dos Negócios Estrangeiros, duas semanas após manifestações anti-governamentais em que morreram pelo menos 39 pessoas.
Depois de "ouvir o povo do Quénia e após uma avaliação exaustiva do desempenho do meu Governo e das suas realizações e desafios, decidi hoje (quinta-feira) demitir todos os membros com efeito imediato", anunciou o chefe de Estado numa conferência de imprensa no palácio presidencial.
Uma remodelação do Governo era esperada desde as manifestações em grande escala contra altos impostos e má-governação, que levaram milhares de jovens a protestar nas ruas. Apenas o vice-Presidente, Rigathi Gachagua, e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Musalia Mudavadi, manterão as suas pastas, continuou Ruto.
O Quenia viu três semanas de agitação em que manifestantes invadiram o parlamento em 25 de junho após a aprovação de um projecto de lei que propunha aumentos de impostos. Mais de 30 pessoas morreram nos protestos, que se transformaram em pedidos para que o presidente renuncie. Num discurso televisionado, o presidente queniano disse que espera que o novo governo o ajude "a acelerar e agilizar a implementação necessária, urgente e irreversível de programas radicais para lidar com o fardo da dívida, aumentando os recursos domésticos, expandindo as oportunidades de emprego, eliminando o desperdício e a duplicação desnecessária de uma multiplicidade de agências governamentais e matando o dragão da corrupção".
Ruto nomeou 21 ministros após a sua eleição em 2022. Críticos acusaram o presidente de escolher comparsas políticos e se afastar da prática anterior de escolher tecnocratas para comandar ministérios.
Vários ministérios, incluindo o da agricultura e da saúde, foram envolvidos em escândalos de corrupção, envolvendo fertilizantes falsos e apropriação de fundos. Os manifestantes acusaram o Governo de incompetência, arrogância e ostentação, enquanto os quenianos lutam contra altos impostos e uma crise de custo de vida.
Os manifestantes pediram a renúncia do presidente, embora ele tenha dito que não assinaria o projecto de lei que propunha impostos mais altos. Ruto pediu desculpas na semana passada pela “arrogância e demonstração de opulência” dos legisladores e ministros e disse que assume a responsabilidade e falaria com eles.
Ele também anunciou medidas de austeridade, incluindo a dissolução de 47 corporações estatais com funções sobrepostas para economizar dinheiro e a retirada de financiamento para o Gabinete da Primeira-Dama, entre outras.
O analista e comentarista Herman Manyora chamou a demissão do Governo de uma “acção ousada” necessária para reprimir o descontentamento no país.
Esta é a primeira vez que um presidente em exercício demitiu ministros ao abrigo da nova Constituição. A última vez que um movimento semelhante ocorreu foi em 2005, após um referendo fracassado, quando o então Presidente Mwai Kibaki demitiu os seus ministros para afirmar a sua autoridade política. (Africa News)
O Delegado Político Provincial do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em Cabo Delgado, António Macaniz, exortou a Polícia da República de Moçambique (PRM) a agir com imparcialidade antes e durante a campanha eleitoral. Macaniz pediu à PRM para dar igual tratamento a todos os concorrentes às eleições de nove de Outubro.
Ele antevê que os ataques terroristas poderão ameaçar a campanha eleitoral e a respectiva votação. O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em Cabo Delgado também está em acção de pré-campanha em face das eleições gerais de 9 de outubro próximo.
Há dias, o Movimento Democrático de Moçambique em Cabo Delgado apresentou o seu cabeça-de-lista a governador provincial na sede do posto administrativo de Chiúre, maior círculo eleitoral da província. (Carta)
O Millennium bim e o Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) assinaram, hoje, um Memorando de Entendimento para desenvolver e promover diversas iniciativas culturais ao longo da vigência da parceria
Este acordo com o CCFM sublinha o compromisso contínuo do Millennium bim no apoio ao desenvolvimento das artes e cultura moçambicanas, o qual constitui um dos pilares fundamentais do seu programa de Responsabilidade Social “Mais Moçambique Pra Mim”, ao mesmo tempo que amplia a oferta de eventos culturais acessíveis a todos.
“O Millennium bim sempre se destacou pelo seu compromisso com as comunidades que serve e com o desenvolvimento sustentável de Moçambique e esta parceria é mais um passo significativo para consolidar esse compromisso, demonstrando que acreditamos no poder transformador da cultura e na importância de apoiar as nossas comunidades”, disse Moisés Jorge, PCA do Millennium bim, durante a cerimónia de assinatura do Memorando de Entendimento com o CCFM. “Estamos convictos que esta iniciativa não só celebra a riqueza artística de Moçambique, como também promove a preservação e valorização do património cultural do País”, acrescentou.
Na mesma ocasião, o Director do CCFM também sublinhou os benefícios da parceria com o Millennium bim: “Esta parceria chega num momento especial para nós, pois o CCFM celebrará 30 anos de existência no próximo ano. Desde a sua criação, o CCFM tem sido um pilar no apoio à arte contemporânea em Moçambique. Com o apoio do Millennium bim, poderemos reforçar nossa missão de apoiar os artistas moçambicanos e garantir que o CCFM continue a ser um espaço inclusivo e acolhedor para todos. Estamos entusiasmados com as possibilidades que esta colaboração trará para a nossa comunidade artística”, afirmou Vincent Frontczyk.
O Memorando de Entendimento rubricado com o CCFM ocorre no âmbito do programa de Responsabilidade Social “Mais Moçambique pra Mim”, designadamente num dos seus pilares fundamentais, que a é a promoção das artes e cultura moçambicanas, cujas actividades são, muitas vezes, desenvolvidas em parceria com entidades locais, da sociedade civil, governamentais e internacionais.