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sexta-feira, 29 setembro 2023 06:06

Eduardo Eloy, ex-Renamo, busca “protecção” na Frelimo, pela mão do jornalista Atanásio Marcos?

A campanha eleitoral está ao rubro. E para os apoiantes da Frelimo parece que vale tudo. Ontem, o conhecido “pivot” da TVM, Atanásio Marcos abandonou a redacção e surgiu nas ruas da Beira fazendo campanha pela Frelimo, violando a mais básica cartilha de ética jornalística. Ele deixou-se filmar com o seu amigo Eloy, um beirense de gema, debitando muita simpatia. 

 

Quem não conhece o Eloy ficou entretido com o atropelo ético do jornalista. Mas quem conhece o Eloy, ter-se-á perguntado: hamm, ele, que era um Renamista convicto, estará agora buscando “protecção” na Frelimo? Seu passado é de prevaricação. Chama-se Eduardo Eloy Mendes da Silva, e tem histórico num submundo de “barcos e mariscos” na Beira, antes de embrenhar-se na caça furtiva.

 

Em 11 de Fevereiro de 2019, “Carta de Mocambique” escreveu  a história de uma gangue de caça furtiva, onde Eloy estava integrado. Eis as linhas.

 

Seis supostos caçadores furtivos vão a julgamento na próxima quarta-feira (13) no Tribunal distrital de Gorongosa, acusados de caça ilegal e nocturna, abate de espécies protegidas por Lei, uso e porte ilegal de armas de fogo e munições. 

 

Trata-se de Shazeem Abdul Rahim, Eduardo Givandás Pereira, Eduardo Eloy da Silva, Abdul Rahim Daud, Nelson Romeu e Alberto Nhangosol, que no dia 09 de Setembro do ano passado foram detidos pelo corpo de fiscalização do Parque Nacional de Gorongosa (PNG). A detenção dos seis foi possível graças à denúncia da população pertencente à comunidade de Nhamacuenguere, na zona tampão do PNG, quando se apercebeu que um grupo fazia incursões no Parque durante a calada da noite, sem autorização superior.

 

Dados na posse da “Carta” indicam que, aquando da sua detenção, foram apreendidos aos seis uma viatura da marca Toyota com a matrícula MBF-31-85, três armas de fogo de calibres 22, 308 e 12, 198 munições (167 munições de calibre 22; 21 munições de calibre 308. E 10 munições de calibre 12), uma culatra de arma de fogo, um GPS e três holofotes.

 

Na ocasião, um dos detidos, Eduardo Givandás Pereira, apresentou uma licença de caça que apenas lhe autorizava a abater espécies como galinha-do-mato e lebres. A licença de uso e porte de arma de caça apresentada por Pereira não correspondia a qualquer das três armas apreendidas. Durante o acto de detenção do grupo também verificou-se que os seis suspeitos, oriundos de províncias diferentes, tinham abatido nove animais de espécies protegidas, incluindo três changos (uma fêmea e dois machos), uma imbabala fêmea, um facochero macho, dois pivas (ambas sub-adultas) e duas perdizes.

 

Um dos detidos, Shazeem Abdul Rahim, de 28 anos, é natural de Maputo e residente na Beira. Aquando da sua detenção disse ser o proprietário de duas armas de fogo, viatura e GPS que foram apreendidos. Eduardo Pereira (75), natural de Chinde, província da Zambézia, e actualmente residente na Beira, afirmou ser dono da arma de fogo de calibre 12 e munição. Garantiu que eram da sua propriedade as licenças de caça, livrete, licença de uso e porte da arma.

 

Eduardo Eloy da Silva (54), natural e residente na Beira, é proprietário de um Take Away denominado “Galo Verde” na zona da Miramar, cidade da Beira. O referido Take Away é famoso por vender hambúrgueres e petiscos de carne de caça. Abdul Rahim Daud (60), natural de Mocuba, província da Zambézia, residente em Chimoio, é pai do outro suspeito, Shazeem Abdul Rahim. Os outros suspeitos são Nelson Romeu (38), natural e residente na Beira, e Alberto Nhangosol, residente em Nhampoca, Gorongosa, que na altura da detenção não possuía qualquer documento. (Carta)  

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