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quinta-feira, 04 abril 2024 03:19

Sucessão na Renamo: Venâncio Mondlane defende uma liderança honesta e interventiva

O próximo Presidente da Renamo deve ser um indivíduo corajoso, combatente, interventivo, íntegro e acessível. Este é o perfil do candidato defendido pelo deputado Venâncio António Bila Mondlane em seu manifesto eleitoral para a Presidência da Renamo, cujas eleições terão lugar em Maio próximo, durante a realização do VII Congresso do maior partido da oposição, no xadrez político moçambicano.

 

Num documento de 22 páginas, divulgado no último fim-de-semana, Mondlane defende ser urgente “salvar a Renamo e, por consequência, salvar Moçambique”, pois, entende que “há uma espécie de moção de reprovação em relação à passividade da [actual] liderança”, devido ao seu “mutismo perante situações que exigem uma intervenção enérgica”.

 

O deputado, o primeiro a manifestar a intenção de se candidatar à Presidência da Renamo, estrutura a sua candidatura em cinco pilares fundamentais: resgatar a Renamo da visível e inegável decadência; garantir uma liderança do partido que inspire confiança plena diante do eleitorado; renegociar os direitos dos combatentes e salvaguardar a dignidade dos mesmos; defender e salvaguardar os direitos dos membros no seio da Renamo e da sociedade; e modernizar a gestão do partido em termos humanos, administrativos e tecnológicos.

 

No primeiro pilar, Venâncio Mondlane afirma que irá, entre outras acções, melhorar a gestão e o estilo de liderança da Renamo; apresentar o balanço e prestação de contas dos Planos de Actividades da Renamo a todos os níveis; e garantir o respeito rigoroso dos estatutos e normas internas do partido.

 

Quanto ao segundo pilar, o deputado promete apresentar uma postura política e social que transmita comprometimento com as causas do bem comum; e intervenções permanentes e atempadas em defesa dos mais altos e nobres interesses e direitos dos moçambicanos.

 

Venâncio Mondlane compromete-se, no terceiro pilar, a propor a revisão do processo de DDR (Desarmamento, Desmobilização e Reintegração da força residual da Renamo); criar uma plataforma de consulta e aconselhamento junto dos combatentes; garantir a cota dos combatentes nos órgãos electivos (Assembleia da República e Assembleias Municipais e Provinciais); e criar uma unidade de bolsas de estudos para os filhos dos combatentes da Renamo.

 

O ex-cabeça-de-lista da Renamo na capital do país, durante as eleições autárquicas de 2023, promete, no penúltimo pilar, firmar parcerias com organizações nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos para defender a população mais desfavorecida; advogar a favor das comunidades locais que sofrem com problemas causados pela indústria extractiva e outros agentes de grande capital; e criar um departamento jurídico na estrutura orgânica do partido, que integre uma unidade especial de direitos humanos.

 

Já no quinto e último pilar da sua candidatura, Venâncio Mondlane afirma que vai estabelecer um aplicativo online para registo e actualização da base de dados dos membros em tempo real; introduzir um sistema de colecta de quotas online; implementar padrões contabilísticos modernos de registo de operações financeiras e prestação de contas; e elaborar um plano de investimentos do partido, de forma a tornar a instituição viável financeiramente a médio e longo prazos.

 

De acordo com o manifesto eleitoral de Venâncio Mondlane, a se implementar o documento, a Renamo se tornará no partido com maior número de membros comprovados; com melhor gestão e liderança; com os direitos e dignidade dos combatentes recuperados; e, acima de tudo, será vitoriosa.

 

Refira-se que Venâncio Mondlane é um dos três membros da “perdiz” que já manifestaram, publicamente, a intenção de se candidatar à Presidência da Renamo. Os outros candidatos são Elias Dhlakama e Juliano Picardo. Ossufo Momade, actual Presidente da Renamo, ainda não confirmou a sua candidatura, apesar de já contar com um “núcleo de apoio”, constituído pelo braço armado do partido.

 

Sublinhar que o VII Congresso da Renamo terá lugar nos dias 15 e 16 de Maio próximo, num lugar ainda por indicar. No entanto, a magna reunião deverá ser antecedida de uma reunião do Conselho Nacional, a realizar-se na primeira quinzena de Abril corrente. (Carta)

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