Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
sexta-feira, 05 abril 2024 03:23

Detectados pelo menos 800 combatentes “fantasmas” nos últimos dez anos

As autoridades moçambicanas detectaram mais de 800 “combatentes fantasmas”, em todo o país, que recebiam as suas pensões nos últimos dez anos. O maior número foi detectado na província do Niassa, com 387 casos, seguida de Cabo Delgado (288), Zambézia (15), Inhambane (6) e Sofala (4).

 

A informação foi partilhada ontem (04) na cidade Matola, província de Maputo, pelo Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, na abertura da II Sessão do Comité Nacional da Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLLN), um dos órgãos sociais do partido no poder.

 

O Chefe de Estado disse que, apesar de ser um desafio, durante estes anos de governação, a Frelimo sempre buscou satisfazer as preocupações dos combatentes.

 

“Ao longo dos últimos quase dez anos da governação da Frelimo, dedicamos especial atenção aos nossos combatentes, especialmente no domínio de registo de combatentes, fixação de pensões, assistência médica e medicamentosa, subsídio de funeral, projectos de geração de rendimento, condecorações, emissão de cartões, bolsas de estudo, uniforme de combatente e apoio à força local”, apontou.

 

Disse que, desde 1986, foram emitidos 107.872 cartões de identificação para veteranos da luta de libertação nacional, dos quais 17.521 nos últimos dois ciclos de governação.

 

Em relação às pensões, nos dois últimos ciclos foram fixados 34.313 veteranos da luta de libertação nacional, somando um total de 121.629 já fixados desde o início do programa, “demonstrando o compromisso do Estado em reconhecer e honrar aqueles que se sacrificaram pela nossa independência nacional”.

 

No que concerne à saúde, foi lançado um plano de melhoria na assistência médica e medicamentosa para garantir um atendimento adequado aos combatentes e suas famílias, resultando numa subida de 10 mil combatentes atendidos no primeiro quinquénio para 33 mil neste.

 

No período referido, 4.732 combatentes beneficiaram de meios de compensação como cadeiras de rodas e bengalas.

 

Por meio do Fundo de Paz e Reconciliação, mais de 3.000 projectos liderados por combatentes foram financiados, abrangendo diversas áreas de actividade. Além disso, foram concedidas mais de 2.000 bolsas de estudo ao ensino superior e isenções de matrícula para mais de 87.000 filhos de combatentes no ensino secundário, demonstrando o compromisso contínuo do governo em apoiar essa comunidade em várias frentes.

 

“Depois de muito tempo, e tendo em vista melhorar a condição do combatente, decidimos um aumento de oito por cento do valor pago a todas as pensões dos combatentes, incluindo o bónus de participação dos veteranos de luta de libertação nacional, para além de um aumento excepcional de 10 por cento das pensões por invalidez”, acrescentou. Nyusi também destacou a concessão da Medalha de Veterano da Luta de Libertação Nacional a 21.441 combatentes entre 2015 e 2024 e a distribuição de uniformes para mais de 22.000 combatentes, servindo como distintivo em eventos solenes e no trabalho diário.

 

As acções, segundo Nyusi, que é também Presidente da República, visam exaltar os sacrifícios feitos pelos combatentes em prol da independência nacional. (AIM)

Sir Motors

Ler 1040 vezes