A população da sede do distrito de Palma, norte de Cabo Delgado, manifesta grande preocupação devido à perseguição de operadores de motorizadas, vulgo "boda bodas", por indivíduos desconhecidos. Palma, incluindo a sede, é um dos distritos actualmente considerados mais seguros naquela província do norte do país. Além das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique estão os aliados do Ruanda.
Os residentes contam que nos últimos dias foram reportados cinco casos de agressão aos operadores de motorizadas por indivíduos que se fazem passar de clientes, que depois desferem golpes aos motociclistas e apoderam-se dos meios.
"É uma situação bastante preocupante. Sucede que essas pessoas que se supõe que saíram de outras províncias [já que aqui há muita procura de emprego], aparecem como clientes, entre 17 ou 19 horas e, ao longo do caminho, usam objectos contundentes contra os operadores de motorizadas e depois pegam na mota e fogem", confirmou Amisse Paulo, assinalando que ouviu três casos.
Ali Salimo, outro residente de Palma, também confirmou que reina insegurança no seio dos motociclistas devido à onda de perseguição por parte dos criminosos. Acrescentou que o caso mais recente se deu no sábado, mas os autores foram neutralizados.
"Pelas 18h de sábado assaltaram mais dois "boda bodas". Uma das vítimas é um jovem daqui mesmo, só que estes foram interceptados no cruzamento de Oasse, em Mocímboa da Praia, e depois conduzidos ao Comando Distrital da PRM de Palma", contou.
"Na verdade, temos essa situação de agressão dos taxistas. Recentemente um taxista foi agredido até ficar inconsciente e abandonado no local. O agressor foi embora com a motorizada. A vítima viria a ser localizada mais tarde e levada ao hospital onde recuperou a sua consciência", disse um funcionário do Estado residente na vila de Palma, admitindo que já acompanhou três casos de género.
O serviço de táxi mota é uma das principais actividades de rendimento de muitos jovens da vila de Palma para o transporte de pessoas e bens da vila sede até à fronteira de Namoto, junto à fronteira com a República da Tanzânia e vice-versa. (Carta)