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segunda-feira, 27 maio 2019 06:56

Garimpeiros ilegais de pedras preciosas financiam homens armados, acusa a Polícia

O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou que os ataques armados no Norte do país têm sido financiados por garimpeiros ilegais de pedras preciosas da região, em resposta às operações de repressão das autoridades.

 

"Algumas das pessoas que estão a promover guerra nalguns distritos de Cabo Delgado eram garimpeiros aqui em Montepuez, estavam como cabecilhas daqueles criminosos que pegavam a pedra preciosa, rubi e outras, e iam entregar aos jovens que [por sua vez] carregavam para o litoral e depois levavam para fora do país", referiu Bernardino Rafael.

 

"Com ódio, quando fizemos uma operação contra o garimpo, viraram inimigos e começaram a combater-nos e provocar desestabilização", disse o comandante-geral da PRM, no sábado, durante um encontro com a população do bairro de Mirige, em Montepuez.

 

Bernardino Rafael fazia alusão às detenções de garimpeiros ilegais no início de 2017, meio ano antes do primeiro ataque armado, em Mocímboa da Praia, em outubro o do mesmo ano.

 

O distrito de Montepuez fica no interior da província, afastado da zona costeira (entre Palma e Macomia) que tem sido palco dos ataques de grupos armados que já terão matado, pelo menos, 150 pessoas.

 

No entanto, as motivações e os mentores da violência têm sido motivo de especulação. As próprias autoridades anunciaram pela primeira vez em dezembro de 2017 que tinham identificado cabecilhas e há um mês condenaram à prisão 37 dos 189 acusados de violência em Cabo Delgado, mas os ataques têm continuado.

 

"Nós temos que ser vigilantes para desmantelar, denunciar essas pessoas que transferem valores por m-pesa", um dos sistemas de transferência de dinheiro por telemóvel, "aqui de Montepuez, para os malfeitores", pediu Bernardino Rafael.

 

O líder da polícia apelou também à vigilância "daqueles que querem recrutar jovens para as fileiras dos malfeitores".

 

"Só a partir do desmantelamento das cidades ou das vilas, e sobretudo aqui [em Montepuez], podemos controlar aqueles indivíduos que matam e queimam residências dos moçambicanos", concluiu. (Lusa)

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