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quinta-feira, 20 junho 2019 05:58

Luísa Diogo desafia EUA a apoiar países africanos a melhorarem ambiente de negócios para absorver capitais

A economista e antiga Primeira-Ministra, Luísa Diogo, desafiou, esta quarta-feira, os Estados Unidos da América (EUA) a darem o seu contributo para ajudar os países africanos a melhorar o ambiente de negócios, permitindo, assim, a injecção de mais capital para o desenvolvimento das suas economias.  

 

Diogo colocou este desafio, durante a abertura da Cimeira EUA-África, evento que decorre, na capital do país, até próxima sexta-feira (21 de Junho).

 

 

Falando perante investidores e políticos norte-americanos e africanos, a economista começou por afirmar que o continente é composto por países cujas economias ainda são orientadas para o mercado e não capitalistas, pelo que não têm capital.

 

Em contrapartida, Diogo afirma que a falta de capitais em África pode transformar-se em oportunidade para fazer negócios. Mas, para que esses negócios sejam feitos num bom ambiente, que inclua o sector privado, desafiou os EUA a ajudarem as nações africanas a melhorar as suas infra-estruturas.

 

A antiga Primeira-Ministra propõe aquela área por crer que o país de Donald Trump tem uma experiência de sector privado nas infra-estruturas. Para melhorar este sector, a fonte desafiou ainda as instituições bancárias e financeiras daquele país a abraçarem a iniciativa, pois, permite que se possa desenvolver, de modo que o mercado possa continuar a fazer negócio.

 

Para além de infra-estruturas, Diogo referiu-se também à área de capacidade institucional. Segundo a economista, esse é mais um sector em que também os capitais entram. Neste contexto, desafia os EUA a abrirem linhas de crédito concessionais para permitir atrair-se cada vez mais os investidores para a África. 

 

“O terceiro ponto é o de legislação, na componente judicial e o cumprimento das leis, pois, o capital sente-se seguro num ambiente em que o sistema judicial implementa de facto as leis, os regulamentos e regras”, acrescentou Diogo.

 

Contudo, neste aspecto, a Primeira-Ministra do primeiro mandato do governo de Armando Guebuza defende a necessidade de haver uma responsabilidade conjunta entre o Governo americano e os países africanos para permitir o efectivo “enforçamento” de leis, através da capacidade institucional que passa não só pelo apoio às instituições judiciárias, mas, fundamentalmente, na formação de africanos para que, por si próprios, possam tomar decisões correctas e organizar um ambiente favorável.

 

Em última análise, Diogo disse estarem criadas condições para se ir trabalhando, com vista a tornar a parceria EUA-África resiliente e sustentável. (Evaristo Chilingue)

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