A todos os presentes neste encontro e a todos os que esta informação vier a chegar, queremos endereçar calorosas saudações em Cristo. Votos, ainda, para que a bênção do Senhor seja convosco.
A Igreja na Arquidiocese de Maputo tomou conhecimento dos factos imputados a alguns membros da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, residentes em Boane – Maputo. Estes factos configuram o que o “Direito Canónico” e a “Sacramentorum Sanctitatis Tutela” designam DELITA GRAVIORA (Delitos Graves), Art 1 §1-§2.
Na sua missão de mãe e mestra, igreja na Arquidiocese de Maputo, tomou as providências necessárias, com intenção de chegar à verdade sobre os factos e, posteriormente, à responsabilização justa dos possíveis prevaricadores.
De acordo com as normas canónicas, em primeiro lugar, foram emitidos os Decretos “Ad Cautelam” (Por Precaução), que ainda estão em vigor. Os decretos privam os indiciados do exercício do poder da ordem no que refere ao Munus Docendi, Regendi e Santificandi (Munus de Ensinar, de Governar e de Santificar).
Para chegarmos à verdade sobre as referidas acusações, está em curso no Tribunal Eclesiástico o que se designa “Instrução Prévia”.
Depois da Instrução Prévia, caberá aos peritos da Congregação da Doutrina da Fé, a produção do veredicto final.
Além destes passos, é do nosso conhecimento que as instâncias do foro civil também estão se debruçando sobre o assunto. Esperamos que produzam dados que nos iluminarão sobre a verdade.
Enquanto o processo corre os seus trâmites canónicos e civis, nenhuma instância se pode pronunciar sobre matéria processual.
Conclui-se, portanto, que tanto a nível eclesiástico como civil, o assunto está merecendo a devida consideração.
Exortamos a santa paciência e a contenção justa nos pronunciamentos. Procuremos salvaguardar o que se designa presunção de inocência, presente na vida da igreja, consagrado na Constituição da República de Moçambique e outra legislação atinente. Exortamos a evitar a exposição dos intervenientes neste processo e, sobretudo, evitarmos sentenças em praça pública.
Para a igreja é tempo de oração e de pedido de iluminação.
Que o Espírito Santo nos assista nesta missão. (Carta)