Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
terça-feira, 05 novembro 2019 03:55

Pagamento da dívida da EMATUM: Renamo diz que o Governo da Frelimo quer defender “corruptos” e “lesa-pátrias”

A decisão do pagamento de 38 milhões de USD da dívida da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM), tornada pública semana passada pelo Governo, parece continuar longe de colher consenso no seio da sociedade moçambicana.

 

Esta segunda-feira, o maior partido da oposição do xadrez político nacional, a Renamo, juntou-se aos que olham com desconfiança para decisão tomada pelo executivo liderado por Filipe Nyusi. Para a Renamo, na pessoa de José Manteigas, porta-voz do partido, para além de configurar um redondo “desrespeito ao povo moçambicano”, a decisão tem por objectivo defender os “corruptos” e “lesa-pátrias”, evolvidos na mega fraude que lesou o Estado em cerca de 2.2 mil milhões de USD.

 

 

A posição assumida pelo Governo, atirou Manteigas, configura uma violação grosseira à Constituição da República e demais leis em vigor no país, visto que o Conselho Constitucional (CC) declarou nulo e de nenhum efeito os actos inerentes à contratação dos empréstimos a favor daquela empresa atuneira.

 

“O partido Renamo e os moçambicanos em geral repudiam e condenam a atitude arrogante, de ditadura e desprezo total ao povo, à Constituição da República e demais leis manifestados pelo Governo da Frelimo com objectivo de defender os corruptos e lesa-pátrias”, disse José Manteigas.

 

Adiante, o porta-voz da Renamo exigiu que a Procuradoria-Geral da República, na qualidade de fiscalizadora da legalidade e promotora da acção penal, tome as devidas providências, tendo em vista a salvaguarda do interesse do Estado.

 

Importa ainda fazer menção que ainda na semana passada o Governo informou os credores dos títulos da dívida da EMATUM que já tem “todas as condições e autorizações necessárias” para avançar e pagar a restruturação dos 726.5 milhões de USD da emissão de 2016.

 

Ainda sobre a decisão do Governo moçambicano, o Centro de Integridade Pública condenou a restruturação da dívida justamente porque o CC considerou nula a dívida, instando os cidadãos moçambicanos, tendo conta os novos desenvolvimentos que chegam de Nova Iorque, a não pagarem as “dívidas ocultas”. (Carta)     

Sir Motors

Ler 1713 vezes