Anunciados com pompa e circunstância pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, os subsídios não estão a ser pagos aos elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) que se encontram na frente de combate no teatro operacional centro e norte.
A informação foi confirmada, esta quarta-feira, pela vice-Ministra da Economia e Finanças, Carla Louveira, instantes após a recepção de um donativo de 1 milhão de USD da embaixada da Suécia, que visa reforçar as acções de subsistência de famílias residentes em distritos das províncias de Gaza e Inhambane.
Os subsídios foram anunciados numa altura em que crescia a onda de descontentamento no seio das FDS, sendo que circulavam informações dando conta de que alguns estavam a abandonar as fileiras para juntar-se aos insurgentes em troca de valores monetários.
Carla Louveira avançou que o processo de pagamento está, neste momento, refém de um instrumento legal para operacionalizá-lo. “A matéria dos subsídios foi, devidamente, anunciada e está a ser tratada, portanto, com um instrumento legal, que é a operacionalização para efeitos de pagamentos a estes profissionais, sobretudo os da saúde”, disse Carla Louveira.
O Presidente da República anunciou, em Junho último, a atribuição de subsídios de empenhamento aos jovens militares pela sua entrega à causa da Nação, durante as celebrações do Dia do Massacre de Mueda, cujas cerimónias centrais tiveram lugar no distrito com o mesmo nome (Mueda).
“Para os jovens que atravessam as matas desta província [Cabo Delgado], alguns em Sofala e Manica, igualmente, o Governo vai ter consideração pelo sacrifício, olhando pelos tempos que eles passam, com muitas dificuldades longe das famílias. Vamos reconsiderar o subsídio de empenhamento que eles muito bem merecem e temos a consciência de que não será tudo, porque o sacrifício desses jovens não se paga com dinheiro ou com algum recurso”, disse, à data, Filipe Nyusi.
Tal como os jovens que estão no teatro operacional centro e norte, os profissionais de saúde que se encontram na linha da frente no combate à pandemia da Covid-19 no país também ainda não receberam os subsídios que lhes foram prometidos.
A promessa de que mereceriam uma “assistência especial”, em virtude de encontrarem-se expostos à altamente letal pandemia da Covid-19, foi, igualmente, feita pelo Presidente da República, em Junho passado.
O anúncio dos subsídios veio depois que os profissionais da saúde vieram, recorde-se, a público, reivindicar, a par de melhores condições de trabalho (equipamento de protecção), um tratamento diferenciado, precisamente, por se encontrarem em permanente exposição à doença. (Carta)