Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
quinta-feira, 24 junho 2021 03:17

Afinal dívida da Tmcel com Vodacom era de 900 milhões de Meticais

Em "media" breakfast, que teve lugar na manhã desta quarta-feira, o Conselho de Administração da Moçambique Telecom (Tmcel) esclareceu que a dívida total daquela empresa pública de telecomunicações com a Vodacom Moçambique ascendia a 900 milhões de Meticais. Todavia, com o encontro de contas de ambas empresas, a verba reduziu para 600 milhões de Meticais, isto porque a Vodacom também devia à Tmcel 300 milhões de Meticais.

 

Durante o evento, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Tmcel, Mahomed Rafique, explicou igualmente as várias razões que levaram a empresa a sobrendividar-se, principalmente, a partir de 2019.

 

Das várias razões, Rafique destacou os estragos à infra-estrutura da empresa provocados pelos ciclones Idai e Kenneth, que assolaram o centro e norte do país, no primeiro trimestre de 2019. Para repor as telecomunicações que tinham sido cortadas e não só, a fonte disse que a empresa gastou 5 milhões de USD.

 

Além das intempéries, o PCA da Tmcel apontou os efeitos adversos da crise pandémica que assola o mundo desde finais de 2019 até aos dias que correm. Nesse contexto, o gestor destacou o impacto das campanhas sociais adoptadas pela empresa com vista a garantir a continuidade dos estudos entre estudantes e universidades.

 

Aliado a isto, o Administrador Executivo da empresa, Mário Albino, lembrou que a Tmcel, em reestruturação, enfrenta esses desafios com recursos próprios, provenientes de venda de imóveis e não só, pois, do accionista, o Estado, a empresa não recebe sequer um tostão.

 

Reagindo à decisão tomada pela Vodacom de interromper a interligação entre ambas redes, o PCA da Tmcel disse que a medida iria afectar em grande medida os seus clientes, pois, de facto, não teriam como fazer chamadas para contactos da Vodacom.

 

Todavia, Rafique disse que a atitude é comercialmente antiética, pois, em vez de notificar primeiramente a empresa e o regulador sobre a decisão, a Vodacom emitiu um comunicado público. Com essa atitude, a fonte concluiu tratar-se de uma guerra comercial.

 

Ainda assim, o Director de Marketing na Tmcel, Adil Ginabay, garantiu, na ocasião, que contrariamente ao efeito negativo, a empresa registou na semana da comunicação da Vodacom um aumento considerável de vendas. Entretanto, não partilhou os dados estatísticos, alegadamente por questões comerciais.

 

No que toca ao pagamento da dívida à Vodacom, o PCA da Tmcel reafirmou que a empresa vai liquidar 200 milhões de Meticais, num prazo de 90 dias, uma proposta recusada pela contraparte que exige que aquele valor seja pago ainda este mês.

 

Entretanto, no próximo dia 28 de Junho corrente, a Tmcel espera que a Vodacom chame o bom senso e aceite aquela proposta pelo bem dos consumidores de ambas redes. “Espero que a Vodacom não tenha uma filosofia comercial kamikaze, isto é, que tenha bom senso e, acima de tudo, aceite a proposta de pagar um terço da dívida total em três meses”, afirmou o PCA da Tmcel.

 

Refira-se que, no comunicado de imprensa, a operadora de telefonia móvel de capitais sul-africanos disse ter tomado a decisão “após sucessivos incumprimentos por parte da Tmcel no desembolso dos valores devidos”. Ainda de acordo com a nota da Vodacom, a interrupção da interligação visaria impedir o crescimento da dívida acumulada desde o ano de 2018. (Evaristo Chilingue)

Sir Motors

Ler 10120 vezes