A transportadora Nhancale, proprietária do autocarro de passageiros, envolvido no acidente de viação que matou 32 pessoas em Moçambique, admitiu ontem que um "erro humano" pode ter propiciado o sinistro e prometeu assistência às vítimas.
"O que aconteceu connosco não é uma coisa impossível. Aceitamos que o erro humano terá influenciado negativamente [para a ocorrência do acidente]", disse Arnaldo Abel, representante da transportadora Nhancale, em declarações a jornalistas.
O acidente ocorreu na noite de sábado, no distrito da Manhiça, ao longo da Estrada Nacional Número 1, a principal do país, envolvendo dois camiões e um autocarro da transportadora Nhancale, que tentou fazer uma ultrapassagem irregular, embateu num dos camiões e capotou, segundo as autoridades.
Na sequência, 32 pessoas morreram, 31 das quais no local, outras 28 ficaram feridas e, destas, 12 em estado grave, um desastre considerado pelas autoridades como o pior de sempre em Moçambique.
O representante da transportadora garantiu assistência às vítimas, tendo sido já assistidas pelo menos seis famílias, avançou Arnaldo Abel, referindo que há corpos que precisarão ser transladados para a cidade da Beira, no centro do país.
O Conselho de Ministros de Moçambique decretou luto nacional de dois dias, a partir de quarta-feira, anunciando a criação de uma comissão de inquérito para investigar o acidente.
Em média, pelo menos mil pessoas morrem anualmente em acidentes de viação em estradas moçambicanas, segundo dados avançados à Lusa, em Maio, pela Associação Moçambicana para Vítimas de Acidentes de Viação (Amviro).
Em 2020, o país registou o número mais baixo de fatalidades nas estradas dos últimos 10 anos (855 óbitos), um dado associado às restrições impostas pela covid-19. (Lusa)