A Associação Rede dos Direitos Humanos (ARDH) de Moçambique submeteu ontem uma queixa-crime contra dois comandantes da polícia alegando que impediram a realização de uma conferência de imprensa durante a última semana.
“Viemos aqui à Procuradoria-Geral da República de Moçambique (PGR) apresentar uma queixa-crime contra os comandantes da 7ª e 18ª esquadras da cidade de Maputo”, disse Sérgio Matsinhe, presidente da ARDH, em declarações a jornalistas logo após submeter o documento.
Segundo o responsável, a polícia moçambicana terá impedido a realização de uma conferência de imprensa da associação na quarta-feira, na qual pretendiam requerer a nulidade do valor cobrado pelo Imposto Pessoal Autárquico (IPA).
Segundo a associação, a polícia deteve alguns membros da organização, entre os quais o presidente, e manteve-os incomunicáveis e sem alimentação durante sete horas.
“A polícia confiscou os nossos telemóveis e manteve-nos na esquadra por cerca de sete horas”, descreveu, "sem que tenha havido um auto”.
A queixa-crime estende-se também a “todos os agentes que estiveram envolvidos" nas ações daquele dia, avançou o presidente da associação.
De acordo com a ARDH, esta é a segunda vez que as autoridades moçambicanas impedem a realização de uma conferência de imprensa sua, tendo o primeiro caso ocorrido em dezembro de 2021, quando a associação pretendia falar sobre as novas tarifas de transporte público de passageiros.
A Lusa contactou a Polícia da República de Moçambique (PRM), que remeteu esclarecimentos para momento. (Lusa)