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quarta-feira, 21 novembro 2018 13:08

Atacados de forma nuclear

Nesta terça-feira, Rogério Zandamela, Governador do Banco de Moçambique, disse que o sistema informático nacional foi alvo de um ataque cibernético nuclear. O dedo acusador foi apontado à Bizfirst, os donos do software usado pela Sociedade Interbancária de Moçambique, SIMO. Estranho é que diante um tamanho ataque, "nuclear", não tenham sido acionados (pelo menos não se sabe até ao momento) os devidos mecanismos que o Estado tem para se prevenir de situações que atentam com a soberania, tal como se tem dito.

Em relação à FMF a opinião de Nhacila não é válida. Ele está em claro conflito de interesses. Portanto, a integridade e a independência em relação aos vários poderes (no caso FMF) e às fontes de informação (FMF de novo) que deviam definir a conduta profissional de Nhacila não existem. Para falar com isenção e sem estar manchado pelo conflito de interesses Nhacila devia recusar cargos e funções incompatíveis com o estatuto do jornalista. Por exemplo: ligações governativas ou ao poder autárquico, às Forças Armadas, polícias e similares; à publicidade, relações públicas, assessorias e gabinetes de imprensa e/ou de imagem (incluindo-se neste âmbito a chamada imprensa partidária, empresarial, de clubes, etc.).

Enfim, quaisquer vínculos aos poderes estabelecidos, privados e oficiais. Ou qualquer género de actividade empresarial, liberal ou assalariada que (caso da advocacia), pela sua natureza ou conflitualidade de interesses, condicione o trabalho jornalístico específico. Não sabendo com que Nhacila se fala aqui não tenho, em sã consciência, como crer nele por mais boa vontade que revele. Apenas um exemplo: jornalista X está encarregado de acompanhar todo o "dossier" do mandato de Simango — especialmente "quente" com a questão da promessa da qualificação ao CHAN. O mesmo jornalista tem uma posição claramente militante sobre o presidente da FMF. Por isso, assina um texto sobre as mentiras dos críticos da FMF. Que, como é bom lembrar, dividem o "país esclarecido".


Como vai ser visto, doravante, o trabalho do jornalista X? Ficou ou não alterado (logo, desequilibrado) o seu relacionamento com as posições em confronto, em termos de acesso a informações e iniciativas? Como passa a ser visto o seu trabalho. Nhacila, neste caso, não está ao serviço do jornalismo e muito menos do país. Ele já defendeu a direcção do GDM e hoje sequer o clube tem o campo. É o velho hábito de estar do lado errado da história e na mesa do poder. Não me espanta. Mas essa é a poeira que se lança aos olhos dos incautos para justificar o indefensável, que afinal o homem do futebol não detinha nenhuma poção mágica para desandar o caminho da mediocridade. Simango é culpado. Nem ele e nem os seus antecessores o foram.

Simplesmente passaram pela FMF dois homens sem ideias nenhumas, com o agravante dos problemas estruturais do nosso desporto, no geral, serem completamente ignorados. Mas só se salva quem tem um Nhacila.

terça-feira, 20 novembro 2018 14:28

Outros gráficos da vida

Quando se pergunta a uma pessoa bem sucedida ou rica (rica, não no sentido moçambicano da palavra) qual é o segredo do seu sucesso, a resposta tem sido simples: humildade e honestidade. Aos que gerem finanças alheias ou públicas pede-se-lhes o dobro. Isso não é brincadeira.

Por falta de honestidade, o governo ofereceu-nos uma dívida de estimação sem solução à vista.

sexta-feira, 16 novembro 2018 16:32

Fazes falta Cardoso

Assassinaram-te há 18 anos. A maior parte dos moçambicanos tem hoje menos de 18 anos. A maior parte deles não sabe quem foi este bravo jornalista que deu a vida na luta contra a corrupção. O risco é este: Cardoso vai ser esquecido. E esse esquecimento é o seu segundo assassinato. Da mesma maneira vai ser esquecido Siba-Siba Macuacua. Como serão esquecidos outros que foram nobres exemplos na luta pela honestidade e pela dignidade.

domingo, 29 julho 2018 14:27

This is Mozambique

Conhece Childish Gambino, aka Donald Glover, quando ver? Ou se ouvir? Pois, em “This is Mozambique” tem puritanismo barato e chauvinismo abjecto. Mergulhado na saga da maldição humana, é a estória de um país cujo sonho foi trocado pela tragédia. Quando mais pão podia chegar à boca de muitos, a elite tirou tudo à catanada. E satisfez sua ganancia do gás, antes mesmo da extracção. Atirou para o lado as expectativas do povão. O gás não foi o pecado original. O buraco da perdição já estava cavado. Mas havia sinais de poder ser tapado. Uma pá empurrando para baixo a areia poeirenta da miséria.

De tempos em tempos, os representantes da corrente “lite” da Frelimo acenam cá para fora e dão conta de que existem e estão atentos e podem ser uma força de contestação quando a Frelimo “hard core”, a corrente radical, que dirige o Estado, tende em inverter a marcha do progresso. Sem poder, a corrente “lite” ocupa os espaços mediáticos, lançando sinais de reprovação quando a Frelimo radical tenta empurrar o país para o caos.