No seu primeiro dia de reclusão, Ângela Leão passou a noite num posto policial do Chamanculo, nos arredores de Maputo, para onde foi levada depois de ter sido surpreendida com um mandado de captura nas instalações da PGR ontem de manhã. Ângela Leão tinha sido notificada para comparecer ontem pelas 9 horas nas instalações da Procuradoria Geral da República (PGR) para uma diligência de acareação com Fabião Mabunda, que havia sido detido no dia anterior. Quando ela subiu ao sexto andar do edifício da PGR na Vladimir Lenine, ao invés de avistar o procurador do caso ela encontrou um mandado de captura e um par de algemas. Ainda esboçou uma expressão facial de profunda discórdia, mas foi aconselhada a se conter. E enviada para esse recinto policial no Chamanculo. Depois da sua detenção, uma equipa da PGR deslocou-se à casa da família, em Djonasse, na zona da Matola-Rio, onde revirou todos os recantos à busca de evidências. De acordo com fonte de “Carta”, foram apreendidos alguns documentos.
É provável que Ângela Leão seja hoje presente ao juiz de instrução para saber da medida de coação a que vai estar sujeita. No seu caso, esta diligência até pode acontecer amanhã, último dia do prazo de 48 horas. No caso de Fabião Mabunda, detido na quarta-feira, esse prazo termina hoje. Não se conhecem ainda em concreto as acusações que pesam sobre Ângela, uma mulher com pouco mais de 40 anos que Gregório casou em segundas núpcias. Têm um único de filho de 11 anos. Gregório tem outros filhos do seu primeiro casamento. (M.M.)
Ainda não se trata de um regresso ao financiamento do orçamento do Estado mas a União Europeia (UE) emitiu um forte sinal segundo o qual, fora as "dívidas ocultas", a população de Moçambique precisa de ajuda. Ontem, foi anunciado que projectos de agro-negócio, comércio, transporte, reabilitação de estradas e biodiversidade, a serem implementados nas províncias de Zambézia e Nampula, beneficiarão de um financiamento da UE no valor de 217 milhões de Euros.
Daquele montante, a fundo perdido, 124 milhões de Euros serão para financiar um projecto de reabilitação de estradas nas zonas rurais da Zambézia e Nampula, para dinamizar o escoamento de produtos agrícolas para os mercados nacional e estrangeiro. Outros 68 milhões de Euros serão aplicados no estímulo à produção e comercialização agrícola, tendo em conta que 60% das populações de Nampula e Zambézia vive na base da agricultura.
Um projecto de biodiversidade beneficiará de 13 milhões de Euros abrangendo as duas províncias, onde também serão financiadas acções destinadas à criação de oportunidades de trabalho para a camada juvenil. O sector do comércio receberá 12 milhões de Euros destinados ao financiamento de pequenos negócios.
Para o desembolso dos 217 milhões de Euros foram assinadas esta quinta-feira (7) em Maputo convenções correspondentes ao número de sectores a serem contemplados com o financiamento. Rubricaram os documentos Stefano Manservisi, Director para a Cooperação Internacional e Desenvolvimento da Comissão Europeia, e José Pacheco, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique. O dinheiro a ser desembolsado pela União Europeia faz parte das dotações dos financiamentos disponibilizados no âmbito do Programa Indicativo do 11º Fundo de Desenvolvimento da UE daquela, referente ao período 2014-2020. (Evaristo Chilingue)
Os pedidos de extradição do deputado Manuel Chang, nomeadamente para os EUA e para Moçambique, vão ser apreciados separadamente, decidiu hoje o juiz JJ. Schutle, do Tribunal Distrital de Kempton Park, a quem foi confiado o tratamento das matérias judiciais relacionadas com a prisão do antigo Ministro das Finanças a 29 de Dezembro, em Joanesburgo.
A primeira sessão foi já marcada para a segunda-feira, dia 11. O pedido de extradição americano vai ser discutido em primeiro lugar, pois foi o primeiro a ser submetido. Se sobrar tempo, no mesmo dia 11 discutir-se-á o pedido de extradição para Moçambique.
Esta tarde a acusação, representada pelo magistrado JJ Du Toit, voltou a insistir com veemência que os dois pedidos deviam ser julgados em separado, para se poder avaliar de forma consistente dos méritos de cada um, tanto mais que o arguido Manuel Chang pode querer fornecer evidências em cada processo de forma particular.
Du Toit insistiu que o tribunal devia decidir sobre a “extraditabilidade” de Manuel Chang para um ou para outro Estado requerente, com base nos três documentos legais que o juiz chamou a colação como instrumentos aplicáveis: o protocolo da SADC sobre Extradição, o Tratado de Extradição RAS/EUA e a Lei de Extradição sul-africana.
Aliás, nas alegações que informaram seu veredito particular sobre a matéria, o juiz não se cansou de mencionar algum articulado, dos três instrumentos, que diz especificamente respeito a casos em que se está em presença de pedidos de extradição concorrentes, nomeadamente coisas como i) a gravidade do crime de que o requerido é acusado em cada um dos Estados; ii) a nacionalidade do requerido; iii) a possibilidade de o requerido ser extraditado posteriormente para um terceiro país, etc.
De resto, o argumento de Du Toit defendendo o julgamento separado dos dois pedidos já tinha sido dado na última sessão. Hoje, ele apenas reafirmou que o Governo sul-africano havia solicitado ao Ministério Público que olhasse de forma assertiva para os dois pedidos e as decisões comunicadas posteriormente ao Ministro da Justiça e Assuntos Correcionais para efeito de decisão política. “Este Tribunal tem de decidir”, asseverou Du Toit. Ou não fazia sentido estar ali a esgrimir argumentos legais para nada, disse ele, contrariando toda a estratégia da defesa, hoje a cargo do decano da BDK Attorneys, Willie Vermeluen.
A narrativa da defesa era de simplificadora dos procedimentos da justiça sul-africana nestes casos, menosprezando completamente o pedido de extradição para os EUA. Baseando-se na ladainha segundo a qual a decisão final da extradição de Chang será política, Vermeluen tentou mostrar ao juiz que não havia mérito de se discutir os dois pedidos em separado, que o americano era descartável, até porque Manuel Chang já se manifestara “rendido” às autoridades moçambicanas.
Para Chang, disse o causídico, era preferível voltar para casa, onde tem “estrutura de apoio” e até pode beneficiar de uma liberdade sob caução. A defesa insistiu que o tribunal estava a perder tempo, pois a decisão será final será dada pelo executivo. O juiz do caso, sereno e mostrando ter já penetrado suas leituras na doutrina e jurisprudência sobre casos similares, não se deixou levar, e decidiu aquela que seria mais uma derrota de Chang em sede de justiça sul-africana e nem se está ainda a julgar o caso que lhe levou à prisão. (Marcelo Mosse, em Kempton Park)
Sob o lema “Um Cartão Único com milhas de vantagens” o Banco Único lançou no mercado um cartão de crédito em parceria com a South African Airways, denominado “Cartão Único Voyager”. O novo cartão de crédito, com ofertas Classic e Gold irá permitir aos seus portadores “acumularem milhas em voos nos parceiros do programa SAA” e nas suas compras do dia-a-dia, em qualquer parte do mundo. O cartão dará igualmente acesso a uma vasta gama de benefícios cuidadosamente seleccionados para proporcionar uma experiência exclusiva e única.
António Correia, Presidente da Comissão Executiva do Banco Único, disse a propósito do lançamento deste novo produto que “é para nós um enorme orgulho sermos mais uma vez inovadores. O cartão Único Voyager é, não só, o primeiro cartão do mercado que resulta de uma parceria com uma das mais conceituadas companhias aéreas de África (a South African Airways) como também é demonstrativo do nosso foco na relação com o cliente, procurando sempre encontrar soluções baseadas na excelência e inovação, capazes de dar resposta às necessidades específicas de cada pessoa.”
Com o lançamento deste cartão, o Banco Único pretende alargar e diversificar cada vez mais a sua oferta de cartões, oferecendo soluções e benefícios dirigidos a cada segmento, compromisso assumido desde a primeira hora, e assim responder de forma eficaz às necessidades específicas dos seus clientes. (Carta)
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BM), que esta quarta-feira (06) esteve reunido em sessão extraordinária, decidiu manter a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) em 14,25%. As taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) foram mantidas em 11,25% e 17,25%, respectivamente. A percentagem do coeficiente de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional é de 14,00%.
De acordo com um comunicado emitido pelo BM, a decisão de manter a taxa MIMO justifica-se pelo facto de a inflação permanecer baixa e estável, e a respectiva projecção para o curto e médio prazos indicar que poderá situar-se em torno de um dígito até ao final do ano. Entretanto, na mesma sessão o CPMO também decidiu aumentar o coeficiente de Reservas Obrigatórias (RO) em moeda estrangeira em 900 pontos base, para 36%, com efeitos a partir hoje. Em causa está “o agravamento da percepção dos riscos externos e consequente maior volatilidade do Dólar no mercado internacional, comparativamente à avaliação feita na última sessão”, lê-se no comunicado.
Inflação baixa e estável, mas com riscos
Socorrendo-se dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o CPMO refere que em Janeiro de 2019 a inflação situou-se nos 3,78%, contra 3,84% em igual período de 2018. A actualização das projecções, tendo em conta os dados recentemente disponibilizados, com realce para o comportamento do Dólar no mercado internacional, aponta para a possibilidade da sua aceleração, sem contudo sair da banda de um dígito.
Na última reunião, o CPMO apreciou o comportamento do mercado cambial doméstico, tendo constatado que “o Dólar dos Estados Unidos da América, depois de ter fechado o ano de 2018 em 61,43 MT, regista desde Janeiro uma tendência para depreciação, tendo sido cotado em 62,73 MT no fecho de 5 de Março de 2019, correspondente a uma variação acumulada de 2,12%. Relativamente ao ZAR, passou de 4,25 MT para 4,43 MT no mesmo período”.
Manutenção da taxa MIMO justifica-se
O CPMO considera que a evolução da inflação e os fundamentos macroeconómicos prevalecentes justificam a manutenção da taxa MIMO. Mas perante o agravamento de riscos externos torna-se necessária a tomada de medidas de política que permitam mitigar o efeito dos choques a eles associados sobre o comportamento futuro da taxa de câmbio e, consequentemente, sobre a inflação. (Carta)
‘Falta de Sistema’, como se diz na gíria quando a prestação de serviços fica interrompida em instituições-chave, incluindo bancos, foi a causa do alvoroço que se criou nas primeiras horas da tarde de quarta-feira (06) no Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER) em Maputo. Havia longas filas de pessoas que entravam e saíam do edifício sem saber ao certo o que estava a suceder, misturando-se depois do lado de fora num barulhento ‘turbilhão’.
Foi perante este cenário que a nossa reportagem dirigiu-se ao balcão do INATTER com o propósito de se inteirar do motivo da confusão, numa entidade onde entre outros serviços são renovadas e levantadas Cartas de Condução, para além do pagamento de multas e captação de dados. Justificando as causas da ‘revolução’ que estava a desenrolar-se no INATTER, uma funcionária da instituição que surgiu fugazmente no meio do alvoroço confirmou tratar-se de ‘falta do Sistema’. “Hoje ainda não atendemos ninguém, mas é prematuro mandar as pessoas para casa porque a qualquer momento o Sistema pode ser restabelecido”, explicou o funcionário em causa, declinando identificar-se.
Mais explícito sobre a confusão no INATTER foi um outro funcionário da instituição, que não hesitou em facultar-nos a sua identidade: Abílio Fernando Magalhães. “Estamos sem Sistema desde as 14h00 desta terça-feira. A avaria afectou boa parte dos nossos serviços, desde a renovação e levantamento das Cartas de Condução, captação de dados, pagamento de multas e outros serviços. Neste momento estão a ser envidados esforços para que o Sistema seja restabelecido, e ninguém se sinta lesado”, tranquilizou Magalhães.
Entretanto, algumas pessoas que apostaram em continuar na fila ‘para o que desse e viesse’ foram unânimes em afirmar que não podiam abandonar o local. Como argumento para não arredarem pé do INATTER, disseram que uma vez estando o Sistema estava avariado há quase dois dias, quando fosse restabelecido haveria mais gente. Segundo as nossas fontes, uma das principais causas da enchente no INATTER é o facto de diariamente as Escolas de Condução mandarem para ali mais alunos, no âmbito da captação de dados. (Marta Afonso)
A Assembleia Municipal de Maputo está a discutir uma nova postura para venda de comida em viaturas, como forma de regrar esta actividade. A medida vai ser aprovada tendo em conta o cada vez maior número de viaturas usadas na venda de comida nas ruas da capital. Uma fonte da vereação para a Área de Mercados e Feiras no Conselho Autárquico da Cidade de Maputo, que preferiu o anonimato, disse que o documento em discussão foi elaborado no ano de 2016, e já devia ter entrado em vigor no mês de Janeiro deste 2019. A aprovação do documento em causa, segundo a mesma fonte, devia ter ocorrido no dia 5 de Março, mas foi adiada “por causa de questões internas”.
A nova postura prevê algumas condições como tipo de viatura ajustada para a comercialização de alimentos, que deverá ter um mínimo de cinco lugares, com assentos susceptíveis de serem removidos. Será também obrigatória a observância de “todas as condições de higiene e segurança”. No quadro da postura em preparação, os vendedores de comida nas viaturas terão de passar por uma formação e, no exercício da sua actividade, todos eles serão obrigados a ter água disponível em quantidade não especificada. “Carta” questionou se a nova postura municipal relativa à venda de comida nas viaturas é extensiva a outras actividades com recurso a carros. A nossa fonte respondeu que “é complicado misturar as actividades, tendo em conta que diariamente o munícipe surpreende com diferentes tipos de negócios”. Acrescentou que o Conselho Autárquico da capital “tem estado a envidar esforços para adaptar-se à nova realidade”. (Marta Afonso)
O evento enquadra-se na programação da Semana da Mulher. Vai receber a pianista, cantora, poetisa, educadora e empreendedora, Melita Matsinhe para passear a sua classe em performance no âmbito do tema escolhido para conversa “Maternidade: direito ou dever?” E conta com a coordenação e moderadoração da activista Giselle Daiana Genna e Withney Osvalda Sabino. N.B.: Evento exclusivo para mulheres.
(07 de Março, às 17Hrs no Centro Cultural Moçambique-Alemão)
Este projecto tem como objectivo realizar um evento onde as pessoas encontram-se para se expressar ou manifestar-se artisticamente. O sarau pode envolver poesia, leitura de livros, música acústica, cinema, fotografia, dança e também outras formas de arte como pintura, artesanato e teatro. Sua principal característica é o encontro entre pessoas que tem como objectivo expor o seu lado artístico ou transmitir o seu conhecimento adquirido no que diz respeito às diversas manifestações culturais. Nesta perspectiva, Palavras são Palavras é um evento que visa resgatar a cultura de contar e ouvir histórias, recitar poesias, despertar o gosto pela leitura, incentivar a produção de escrever poemas, escutar músicas, apresentação teatral, desenvolvendo assim o interesse pelos autores, escritores e, principalmente, motivar as pessoas à conhecer a diversidade cultural presente neste belo país que é Moçambique. No futuro pretendemos levar o projecto a vários locais de Moçambique, sobretudo nas escolas.
(07 de Março, das 17 às 18Hrs em Maputo)
Desde o lançamento do seu primeiro álbum "Serenata" a banda Kakana esteve sempre preocupada com a situação da Mulher na sociedade moçambicana. Nos seus dois álbuns sempre abordou assuntos sobre violência baseada no género, como podemos constatar nas músicas: "Nicarate" e "Sohura" do primeiro CD e no segundo CD as músicas "Nkata", "Xingombeleni" e "Mariane". A música Serenata revela o potencial da mulher e também é um apelo à igualdade de género. A banda Kakana viu neste título “Quem disse que as mulheres não podem fazer uma serenata?" Uma razão muito forte para juntar mais de 10 artistas num só palco, como forma de homenagear todas mulheres do mundo, em especial a mulher moçambicana: lutadora, guerreira. Desde as mães camponesas, até as executivas, cada uma tem seu papel para o desenvolvimento do país. Um outro objectivo deste espectáculo é dar voz a todas mulheres que sofrem violência no lar e na sociedade em geral. Porque juntas são mais fortes para mudar o mundo para melhor. Artistas que farão parte do espetáculo: Banda Kakana, Sizaquel, Gigliola Zacara, Énia Lipanga, Regina dos Santos, Catarina Domingues, Idálvia Bahúle, Tchakaze, Anita Macuácua, Rhodália Silvestre, Xixel Langa e Onésia Muholove.
(08 de Março, das 20 às 23Hrs no Centro Cultural Franco-Moçmbicano)