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Crime

Enquanto a Polícia da República de Moçambique garante ter a situação dos ataques armados, que se têm verificado na província de Cabo Delgado, sob controlo, as incursões dos insurgentes, por sua vez, vão ganhando contornos cada vez mais alarmantes.

 

Na última semana, três ataques armados foram registados, em três distritos do norte daquela província, da quarta à sexta-feira, tendo saldado em sete mortes, para além da destruição do património privado, com destaque para as residências.

 

sexta-feira, 05 julho 2019 06:05

Americanos monitoram mesquitas em Moçambique

As mesquitas de Maputo estão sob intensa monitoria da secreta americana em Moçambique, soube “Carta” de fontes ligadas à “inteligência” de Washington. O recente pedido de mapeamento das mesquitas de Maputo insere-se nesse projecto. O assunto tem a ver com a detenção de Manuel Chang na RAS. “Carta” sabe que a justiça americana decidiu não recorrer da decisão do ex-Ministro sul-africano da justiça Michael Masutha, de extraditar o antigo Ministro Chang para Maputo.

 

Em contrapartida, disse a fonte, Whashington chegou a um acordo com Maputo: autorização para uma monitoria minuciosa das actividades das mesquitas de Maputo, no quadro de uma alegada busca de informação sobre o financiamento da insurgência no norte de Moçambique.  Quanto a Manuel Chang, havia a indicação de que sua extradição para Maputo seria efectuada hoje, sexta-feira. “Carta” sabe que o regresso de Chang está iminente. Mas na RAS organizações da sociedade civil estão a realizar as derradeiras démarches junto da justiça sul-africana para que isso não aconteça. (Carta)

A aldeia de Nambija 2, no distrito de Macomia, era uma das poucas que ainda não tinham sido atacadas pelos insurgentes que, desde 05 de Outubro de 2017, sacrificam vidas humanas e bens, em alguns distritos da província de Cabo Delgado.

 

Afinal ainda estava na mira dos malfeitores. Na noite desta terça-feira (02 de Julho), por volta das 20 horas, um grupo, cujo número de membros não foi especificado, escalou aquela comunidade, tendo queimado maior parte das residências, feitas na base de material precário.

 

Os malfeitores, que atacam alguns distritos da província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, continuam a desafiar as autoridades e, a cada dia, incrementam as suas acções macabras, sob olhar impávido das Forças de Defesa e Segurança (FDS).

 

Sem piedade, os insurgentes realizaram, na última quinta-feira (27 de Junho), mais um ataque, no distrito de Palma, concretamente na comunidade de Ntoli, tendo resultado na decapitação de 10 pessoas.

 

As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e Tanzania acordaram domingo findo a realização de operações conjuntas na zona fronteiriça do rio Rovuma, para fazer face aos insurgentes que semeiam terror na província de Cabo Delgado desde outubro do ano 2017. A parceria surge depois de um encontro entre os comandantes gerais da Polícia dos dois países na província de Mtwara, na Tanzânia, após ter sido tornado pública a morte de 11 cidadãos, entre nacionais e tanzanianos, na comunidade de Ntoli, distrito de Palma. Bernardino Rafael e Simon Sirro acordaram que a perseguição dos autores do massacre na comunidade de produtores de Ntoli está para breve.

 

O chefe da polícia moçambicana anunciou que as Forças de Defesa e Segurança capturaram, numa de perseguição aos insurgentes, alguns membros do grupo, supondo-se que entre eles haja elementos que muito recentemente foram absolvidos pelo Tribunal Judicial de Cabo Delgado por ineficiência de provas. Há dias, o comandante geral da polícia moçambicana anunciou que medidas de controlo de segurança teriam sido reforçadas na fronteira com a Tanzânia, nomeadamente nas zonas dos distritos de Nangade, Mueda (em Negomano) e Mecula na província do Niassa. (Carta)

Onze pessoas, todas civis, foram mortas na noite da última quarta feira (26 de Junho) na comunidade de Quissungule, na zona de Nhyka do Rovuma, no distrito nortenho de Palma em Cabo Delgado. A acção é atribuída ao grupo dos insurgentes que desde 5 de outubro do ano 2017 desafia as Forças de Defesa e Segurança e aterroriza cidadãos dos distritos de Palma, Macomia, Quissanga, Meluco, Nangade e Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado. Dos 11 mortos, segundo fontes da "Carta", 10 foram decapitadas.

 

A comunidade de Quissungule fica próxima de Nhyka do Rovuma, que se localiza a poucos quilómetros do posto administrativo da Pundanhar e vive basicamente de actividades agrícolas e de criação de animais domésticos.

 

De acordo com as fontes, ontem de manhã cinco carros onde se faziam transportar familiares dos cidadãos assassinados e elementos das Forças de Defesa e Segurança foram vistos a deslocarem-se àquela comunidade, tendo sido realizados  alguns enterros.

 

 Sabe-se que no distrito de Palma há um contingente das FDS mas, nos últimos tempos, a sua atenção esta supostamente virada para a protecção das actividades no âmbito da exploração do gás natural na bacia do Rovuma. (Carta)

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