Namaponda acaba de entrar na lista dos Postos Administrativos do país ligados à rede eléctrica nacional. Na manhã do último sábado, o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, procedeu à inauguração daquele sistema eléctrico, que custou 45.8 milhões de Meticais à empresa Electricidade de Moçambique (EDM).
Dirigindo-se à população daquele Posto Administrativo do distrito de Angoche, província de Nampula, Nyusi afirmou que o sistema vai beneficiar, nesta primeira fase, 500 famílias, para além de dinamizar a economia naquele ponto do país.
“Com acções concretas como estas, promovemos os investimentos que potenciam a produção agropecuária, pesca, turismo, recursos minerais, entre outras actividades, numa lógica de acréscimo de valor com impacto directo sobre a industrialização e o comércio e a consequente criação de postos de trabalho para os jovens”, defendeu.
A electrificação do Posto Administrativo de Namaponda, refira-se, faz parte do Programa ProEnergia (Energia Para Todos), cujo objectivo é electrificar todo o país até 2030, através da Rede Eléctrica Nacional (operada pela EDM) e de Sistemas Isolados (liderados pelo FUNAE). Assim, a província de Nampula conta com 50 Postos Administrativos electrificados, de um total de 70 existentes na província mais populosa do país.
Segundo o Presidente da República, para este ano, está programada a electrificação de mais sete Postos Administrativos da província de Nampula, incluindo o Posto Administrativo de Aube, localizado no distrito de Angoche, por sinal, o único que ainda continua às escuras naquele distrito.
“Os Postos Administrativos [de todo o país] serão iluminados até 2024”, garantiu Filipe Nyusi, assegurando também que o seu Governo “não medirá esforços para iluminar Moçambique”. “Pedra-a-pedra, construímos Moçambique e passo-a-passo, iluminamos o nosso país rumo ao desenvolvimento sustentável”, sentenciou.
De acordo com a EDM, a instalação da rede eléctrica de Namaponda foi concluída em Dezembro último e, até ao momento, foram efectuadas 253 ligações domiciliares. Também foi fornecida energia eléctrica à Secretaria daquele Posto Administrativo; à residência do Chefe do Posto Administrativo; ao Centro de Saúde de Namaponda; às Escolas Primária e Secundária de Namaponda; a 20 estabelecimentos comerciais; duas moageiras; e à Secretaria da Localidade de Mutucute.
Residentes festejam, mas pedem melhoria da qualidade
Tal como em qualquer canto do mundo, a chegada de energia eléctrica em Namaponda deixou a população eufórica, assim como transformou a vida dos residentes daquele Posto Administrativo. É o caso de Mohamed Hassane que começou a comercializar interruptores, lâmpadas, candeeiros e tomadas, um negócio que não desenvolvia desde que ingressou no comércio. “Antes vendia lâmpadas solares”, conta.
Paulino Adriano é outro comerciante de Namaponda que, agora, se dedica à venda do frango congelado, refrigerantes, entre outros produtos frescos. Conta que, no passado, eram obrigados a comprar gelo na vila de Angoche (que dista a 44,1 Km de Namaponda), de modo a manter frescos os produtos comercializados.
No entanto, a fonte reclama da qualidade da energia eléctrica fornecida. Revela que a mesma tem oscilado demasiado, facto que já lhe custou o seu equipamento frigorífico. “Ontem (quinta-feira) deixei a arca ligada e quando cá cheguei hoje (sexta-feira) já não estava a funcionar. A minha sorte é que tinha desligado os congeladores”, disse Paulino Adriano, um dia antes da inauguração do sistema.
Refira-se que, durante o período de instalação, o projecto de electrificação do Posto Administrativo de Namaponda, distrito de Angoche, criou 55 postos de trabalho, sendo 40 de nível local. (Abílio Maolela, em Namaponda)