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quinta-feira, 14 julho 2022 07:48

“Chapas” voltam a transportar na Beira, mas sob ameaça de novo preço a partir de segunda-feira

Os transportadores coletivos de passageiros, vulgo “chapas”, voltaram ontem a circular na Beira, centro de Moçambique, após dois dias de protesto, mas ameaçam aumentar unilateralmente o preço de viagem.

 

“Retomamos a atividade, mas, se até segunda-feira não houver soluções, vamos aplicar as taxas aprovadas pela assembleia municipal”, afirmou Américo Mussicuane, presidente da Associação dos Transportadores da Beira (ATABE).

 

Mussicuane falava aos jornalistas após um encontro com o conselho municipal da Beira para uma solução sobre a paralisação dos transportes coletivos de passageiros. O dirigente associativo considerou um alívio o regresso à atividade por parte dos “chapeiros”, admitindo que o protesto dos transportadores penalizou os utentes.

 

O presidente do conselho municipal da Beira, Alberto Carige, apelou aos transportadores para voltarem a operar, frisando que a ação dos “chapeiros” prejudicou os passageiros e a economia da cidade, entre as maiores de Moçambique.

 

Carige assegurou que aguarda a resposta do governo central às propostas de aumento da tarifa de viagem submetida pelo município. O autarca avançou que a proposta está a ser analisada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações. “Cabe a nós aguardar. O que tenho a dizer é que vamos retomar as atividades”, enfatizou.

 

O presidente do conselho municipal da Beira assinalou que a demora nos consensos em torno do preço de transporte de passageiros nas cidades moçambicanas é uma demonstração das falhas do processo de descentralização de poderes.

 

A crise dos transportes que a cidade da Beira atravessa começou na segunda-feira, quando os autocarros e “chapas”, ligeiros improvisados como transporte urbano coletivo, encostaram os seus veículos, mais uma vez, exigindo a revisão do preço de transporte na cidade.

 

A proposta aumenta a tarifa de transporte de 10 meticais (0,15 euros) para 15 meticais (0,23 euros) nas viagens dentro da cidade e para 25 meticais (0,29 euros) nos trajetos fora da urbe.

 

Na semana passada, a Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) pediu ao Governo um mecanismo de reajustamento automático do preço de transporte, visando acabar com a incerteza em relação à fixação da tarifa e à viabilidade da atividade.

 

A proposta da FEMATRO surgiu na sequência de uma paralisação espontânea de transporte público movida pelos “chapeiros”, furgões de transporte de passageiros, na cidade e província de Maputo, devido ao novo aumento do preço dos combustíveis.

 

O Ministério dos Transportes e Comunicações de Moçambique prometeu compensações e subsídios aos transportadores para mitigar o impacto do aumento dos preços dos combustíveis em Moçambique. (Lusa)

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