“Nós dependemos da África do Sul [para a importação de bens alimentares], podemos parar de importar e a consequência disso é que podemos ter falta de produtos no país”, com subida de preços, disse à Lusa o presidente da Mukhero, Sudekar Novela. Novela declarou que os ataques a viaturas com matrícula moçambicana estão a criar uma atmosfera de medo, tornando provável um cenário de retracção do comércio com a África do Sul.
“Pode tornar num medo que não nos permita deslocar à África do Sul”, enfatizou. Sudekar assinalou que as rotas usadas pelos pequenos importadores no comércio com a África do Sul passam por uma província diferente daquela onde houve violência (KwaZulu-Natal), mas alertou para a percepção do risco e para o receio de alastramento das acções armadas, caso a violência não seja contida.
Os importadores usam principalmente a fronteira de Ressano Garcia, enquanto os ataques aconteceram a mais de 300 quilómetros e visaram veículos que têm atravessado a fronteira da Ponta de Ouro, explicou Novela. O presidente da Mukhero apelou ao Governo moçambicano para encontrar junto da África do Sul “uma resolução para a violência” que se regista naquela zona da província. (Carta)