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sexta-feira, 15 setembro 2023 03:04

Baixa taxa de investimento entre Eswatini e Moçambique impede o comércio intra-africano

A baixa taxa de investimento nos sectores-chave das economias de Eswatini e de Moçambique, juntamente com a falta de um quadro regulamentar harmonizado, continua a ser um grande obstáculo ao comércio intra-africano. O pronunciamento foi feito pelo Ministro das Obras Públicas e Transportes, Ndlaluhlaza Ndwandwe, durante a visita do Ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Mateus Magala, ao Reino de Eswatini. Os dois ministros reuniram-se naquele país na quarta-feira (13).

 

Ndwandwe disse que os benefícios do Acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCTA) só poderiam ser realizados através do desenvolvimento e manutenção bem-sucedidos das respectivas infra-estruturas de transporte de cada país, abrangendo estradas, caminhos-de-ferro, aviação e portos. Afirmou que esta lacuna apresentava múltiplas oportunidades para uma contribuição significativa para a consecução dos objectivos de industrialização e integração regional, para o aumento do comércio intra-africano.

 

“Vários programas foram estabelecidos para garantir que o trabalho fosse realizado nesse sentido. Aqui, a Iniciativa de Desenvolvimento Espacial (IDE) do Corredor de Desenvolvimento de Maputo (MDC) continua a ser o programa líder, ao qual o Governo de Eswatini procura articular-se nos seus esforços de desenvolvimento com Moçambique”, disse aquele governante.

 

O ministro afirmou que esta missão oferece a oportunidade ideal para o avanço da cooperação em questões de infra-estruturas de transporte e serviços relacionados. Disse que as equipas técnicas já deliberaram sobre iniciativas-chave que visam promover estas aspirações.

 

Ele destacou ainda as principais áreas temáticas para aumentar a cooperação e o investimento, que incluíam estradas, ferrovias e aviação. Ndwandwe afirmou que o Governo de Eswatini continua a investir na melhoria faseada da auto-estrada MR3 que liga a província de Mpumalanga, na África do Sul, através do posto fronteiriço de Lomahasha, no Eswatini, e a província de Maputo, em Moçambique.

 

“No interesse da conservação da natureza para o desenvolvimento sustentável, esta auto-estrada está a ser realinhada para passar por Hlane, na fronteira com o Aeroporto Internacional King Mswati, até Lomahasha ou Posto Fronteiriço de Namaacha”, disse ele.

 

Ele disse que, na mesma linha, o país pretende melhorar o troço do MR3 de Mbhadlane, conectando-se ao posto fronteiriço de Mhlumeni e Goba, que opera 24 horas, para atender aos padrões rodoviários regionais e melhorar ainda mais o fluxo de tráfego.

 

″Ao empreendermos estas iniciativas, estamos confiantes de que o Governo de Moçambique também assumirá um compromisso igual para garantir que estes investimentos realizem o impacto pretendido no desenvolvimento regional″.

 

“Notamos com gratidão as iniciativas dos CFM de Moçambique e da Eswatini Railways sobre a utilização de instalações, resultando num aumento da capacidade logística, bem como num maior retorno sobre o capital da agência existente. Isto, em conjunto com a louvável harmonização das operações, é um bom augúrio para a melhoria da capacidade logística comercial regional”, disse o ministro.

 

Ele também instou todas as partes interessadas a garantir que, à medida que prosseguimos o projecto multibilionário da ligação ferroviária de Eswatini, as infra-estruturas e instalações existentes e novas sejam harmonizadas e alinhadas. Ele disse que isso garantiria que os portos marítimos e interiores, existentes e novos, nos dois Estados, fossem igualmente bem utilizados para os mercados regionais e globais.

 

“Através da estatal Royal Eswatini National Airways Corporation, temos o prazer de ter relançado a companhia aérea nacional, Eswatini Air, após quase 25 anos de ausência”, partilhou. Mencionou que, em linha com o projecto do Mercado Único Africano de Transporte Aéreo (SAATM) da UA e o seu modelo de negócio, instam a Eswatini Air a procurar oportunidades bilaterais com os seus homólogos moçambicanos, para melhorar ainda mais a circulação de bens e serviços.

 

“Também estamos confiantes de que nosso governo assinará em breve o proposto Acordo Bilateral de Serviços Aéreos (BASA) entre os dois Estados, sobre a finalização dos processos internos liderados pela Autoridade de Aviação Civil de Eswatini (ESWACAA)”, disse o ministro. (Daily News Eswatini)

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