A dívida pública interna continua a aumentar, apesar de o Governo ter dito que a capacidade de endividamento no mercado financeiro nacional esgotou-se em apenas seis meses. A informação foi publicada em meados de Agosto passado pelo porta-voz do Governo, Filimão Suazi, à margem de uma sessão do Conselho de Ministros.
Contudo, dados divulgados semana finda pelo Banco de Moçambique indicam que, até 22 de Setembro corrente, o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situam-se em 321,1 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 46,0 mil milhões em relação a Dezembro de 2022.
Depois de uma reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), o Banco de Moçambique alertou também sobre o agravamento dos riscos e incertezas subjacentes às projecções da inflação.
Na envolvente externa, a instituição aponta incertezas quanto à magnitude do impacto do prolongamento e escalada do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, bem como a tendência recente para aumento dos preços dos combustíveis. O Banco Central ressalva que a materialização destes riscos poderá concorrer para uma aceleração da inflação, desviando-a da trajectória esperada.
Num outro desenvolvimento, o CPMO anotou que se mantêm as perspectivas de um crescimento económico moderado no médio prazo com a indústria extractiva a continuar a contribuir para a aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto. Excluindo os projectos de gás natural, o Banco Central prevê que a actividade económica continue a recuperar, não obstante os prováveis impactos negativos dos choques climáticos sobre a produção agrícola e diversas infra-estruturas.
Perante as previsões já descritas, mas principalmente o agravamento dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação, o CPMO do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25 0/0. (Carta)