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sexta-feira, 29 setembro 2023 08:03

Moçambique projecta cerca de 30 mil toneladas de GPL por ano a partir de 2024

O governo moçambicano espera produzir cerca 30 mil toneladas de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), ou seja, gás de cozinha, a partir de 2024, anunciou o ministro de Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias.

 

Segundo o governante, isso permitirá uma redução em cerca de 60 por cento das importações, permitindo, deste modo, o uso dos recursos financeiros em outras áreas prioritárias para a economia nacional.

 

“Em relação à Bacia de Moçambique, importa destacar a alocação do gás do PSA [Projecto de Partilha e Produção de Gás Natural] e reafirmar que, a partir de 2024, Moçambique passará a produzir, anualmente, cerca de 30 mil toneladas de GPL”, disse Carlos Zacarias.

 

O ministro falava na quarta-feira (27) durante a abertura da 8ª Cimeira e Exposição de Gás e Energia de Moçambique, um evento realizado em Maputo.

 

À luz dos avanços que o país regista no sector energético, o ministro diz que o governo já está a adoptar mecanismos para a redução das emissões de carbono e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

 

Nesse contexto, disse o ministro, o gás natural, em particular, fornece uma alternativa de transição energética segura, devidos as suas vantagens como uma fonte energética menos poluente.

 

“Importa, também, dizer que a nossa matriz energética é, em grande percentagem, limpa. Aliás, Moçambique contribui muito pouco para as emissões globais”, acrescentou.

 

Segundo refere o ministro, Moçambique tinha uma capacidade instalada para a produção de cerca de três mil megawatts, dos quais 62 por cento de fontes hídricas, gás natural (15), solar (03) e o remanescente provinha de outras fontes tais como a biomassa.

Empreendimento Coral Sul perto de 100 por cento da sua capacidade instalada

O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, disse ainda que o empreendimento para a exploração de Gás Natural Liquefeito (GNL), Coral Sul, que opera na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, já atingiu 90 por cento da sua capacidade instalada. 

 

Segundo o ministro, foi concluído na última terça-feira (26) o 28º e último carregamento de GNL produzido naquela plataforma, que tem como principais mercados a Europa, Ásia, incluindo o Médio Oriente. Disse ainda que o feito impulsiona o crescimento económico do país, através de ganhos gerados pela colecta de impostos.

 

O governante destacou a importância dos empreendimentos para a produção de gás natural, nomeadamente em Pande e Temane, ambos localizados na província meridional de Inhambane e o Coral sul FLNG, afirmando que estão a alavancar a economia, pois, para além da exportação, parte da produção é também usada a nível interno, na indústria e geração de electricidade.

 

Por isso, disse o governante, o governo moçambicano vai continuar a garantir a abertura do país ao investimento nacional e estrangeiro na área de energia. Em função do bom desempenho da indústria de gás natural, volvidos cerca de oito anos de avanços e recuos, o crescimento da economia nacional pode, facilmente, voltar para a fasquia dos sete por cento.

 

Moçambique exportou o seu primeiro carregamento de LNG em Novembro do ano passado, extraído da sua plataforma FLNG Coral Sul, que possui uma capacidade de liquefacção de gás de 3,4 milhões de toneladas métricas/ano e irá colocar em produção 450 biliões metros cúbicos de gás do campo Coral Sul, localizado na bacia offshore da Rovuma, em Cabo Delgado. A BP irá comprar todo o GNL produzido no FLNG como parte de um contrato de 20 anos.

 

A Eni descobriu enormes depósitos de gás natural no campo Coral Sul, Área 4, em 2012. É a operadora com uma participação indirecta de 50 por cento, através da Eni East Africa, a qual detém uma participação de 70 por cento na Área 4.

 

A Kogas, a Galp e a ENH detêm uma participação de 10 por cento cada no projecto, enquanto a China National Petroleum Corporation (CNPC) detém uma participação indirecta de 20 por cento através da Eni East Africa. (AIM)

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