O capital colocado em África em Investimento Direto Estrangeiro caiu 8% no ano passado, para 75,5 mil milhões de dólares, mas o número de empregos criado subiu 28,8%, para 170 mil, segundo a consultora EY.
"O continente africano ainda não conseguiu recuperar dos níveis de 2014 [quando recebeu mais de 90 mil milhões de dólares em IDE], e continua abaixo da média dos cinco anos, mas a boa notícia é que a criação de empregos por esta via ultrapassou os 170 mil, o número mais alto dos últimos cinco anos", escreve a consultora.
O relatório da consultora EY sobre o fluxo de investimento direto estrangeiro em África, divulgado esta quarta-feira no Fórum Económico Mundial, que decorre na Cidade do Cabo, revela que em termos de número de projetos financiados, os Estados Unidos são o país com o valor maior (463 projetos), mas é a China que mais coloca capital no continente - os 259 projetos chineses representam um investimento de 72 mil milhões de dólares (65,3 mil milhões de euros), mais do dobro dos 30 mil milhões investidos (27,2 mil milhões de euros) pelas empresas norte-americanas.
Na lista dos países que mais receberam projetos estrangeiros, o Egito lidera, seguido da África do Sul e Marrocos, com Moçambique a aparecer na 14.ª posição.
Na apresentação do documento, na Cidade do Cabo, o responsável da EY pelo departamento governamental e do setor público em África, Sandile Hlophe, defendeu a importância do investimento externo e vincou: "É preciso uma mudança da ideologia e do diálogo para uma implementação acelerada" dos projetos e dos investimentos.
Atrair IDE, defendeu, devia ser uma das principais prioridades para os governos africanos, porque "o investimento externo ajuda o desenvolvimento económico e é especialmente importante para as economias em desenvolvimento, já que leva à criação de emprego e à promoção do crescimento económico". (Lusa)