A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) lançou, na última quarta-feira (27), em Maputo, o Terceiro Mercado de Bolsa. De acordo com informações colhidas no local, o novo mercado é um segmento alternativo da BVM, com um único objectivo de incubar ou preparar as empresas para ingressar no Segundo Mercado, devido a dificuldades que muitas delas enfrentam no momento do pedido de admissão ao mercado bolsista.
De entre os vários desafios, destaca-se a apresentação de contas não auditadas e a ausência de dispersão das acções pelo público.
De acordo com a BVM, o novo mercado destina-se a transaccionar acções em relação às quais não se verifica o cumprimento total de requisitos no momento do pedido de admissão à cotação, devendo a empresa (a cotar-se) reunir, cumulativamente, todos esses requisitos, num horizonte temporal não superior a dois anos.
Na ocasião, “Carta” apurou ainda que o Terceiro Mercado funciona como um espaço de indução, preparação e até mesmo de praça transitória para o acesso aos mercados oficiais da BVM, nomeadamente, o Mercado de Cotações Oficiais para as grandes empresas e o Segundo Mercado com foco às Pequenas e Médias Empresas (PME).
Com este segmento de mercado, a BVM pretende disponibilizar ainda mais um mecanismo de inclusão e universalização dos serviços públicos prestados pela instituição, visando, simultaneamente, potenciar a boa governação corporativa e emponderar as empresas e os investidores.
Intervindo na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da BVM, Salim Valá, enalteceu que a introdução deste segmento de mercado (o Terceiro) resultou da demanda concreta do sector privado. Acrescentou ainda que o lançamento do referido mercado foi antecedido por um estudo realizado entre 2018 e 2019, alinhado com as boas práticas internacionais e tem enquadramento na regulamentação vigente atinente ao assunto.
Por sua vez, o Presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma, destacou a importância do novo mercado, por apresentar soluções que constituem alternativa de financiamento (principalmente às PME que constituem 98 por cento da matriz empresarial nacional), através do mercado de capitais que capta poupança para o investimento produtivo.
“Como parceiros da Bolsa de Valores, reiteramos aqui o nosso cometimento para que esta iniciativa contribua para o sucesso das empresas moçambicanas, através da facilitação do acesso ao financiamento pelas PME e promoção da adesão de empresas ao mercado de capitais”, apelou Vuma. (Evaristo Chilingue)