O Ministro dos Transportes e Comunicação, Janfar Abdulai, diz que o Governo está a buscar financiamento para evitar o colapso dos negócios no sector dos transportes, principalmente aéreos, por efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus (Covid-19).
Em entrevista concedida à Televisão de Moçambique (TVM), nesta quarta-feira, Abdulai disse que, por causa da Covid-19, o sector público dos transportes aéreos regista, actualmente, uma quebra de receitas, em média, na ordem de 65% e que, caso a situação perdure, nos próximos dois meses, a quebra irá acentuar-se para 85%.
Para que as empresas públicas que operam nesse sector, principalmente, os Aeroportos de Moçambique e Linhas Aéreas de Moçambique não colapsem, o Ministro disse que o Executivo busca financiamento para apoiar as empresas.
“Estamos a gerir o risco de colapso, de tal forma que já estamos a contactar algumas instituições financeiras que abriram janelas para apoiar esse sector. Lembremo-nos que a Organização Internacional da Aviação Civil emitiu, no mês antepassado, um apelo internacional às instituições financeiras para resgatar o sector da aviação civil e nós já começamos a aproximarmo-nos às instituições para ver qual é a melhor janela”, disse Abdulai, mesmo sem precisar o volume do financiamento preciso.
Lembre-se que, de acordo com dados recolhidos no início de Junho último, pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), o encerramento das fronteiras impactou nos serviços de transporte aéreo internacional não essencial, representando uma perda de 100% do volume de negócios, e a queda em 85% da demanda interna por transporte aéreo de passageiros domésticos, o que fez com que o ramo de transporte aéreo registasse perdas na ordem de 87% do volume de negócios, que corresponde a cerca de 658.7 milhões de Meticais.
Por sua vez, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês) revelou, em Abril, que Moçambique é um dos 10 países do continente mais afectados pela crise. Para além da redução drástica de receitas, devido à pouca demanda pelo transporte aéreo, a organização informou que a Covid-19 coloca em risco cerca de 126.400 empregos no sector e áreas afins. Ciente disso, a IATA apelou, igualmente, às instituições financeiras internacionais para abrirem linhas de financiamento para apoiar companhias moçambicanas e demais países africanos. (Evaristo Chilingue)