Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
segunda-feira, 24 agosto 2020 06:42

Banco de Moçambique interrompe movimento de queda de taxas de juro de referência

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu, semana finda, interromper o movimento de queda das taxas de juro de referência no mercado interbancário, iniciado em Abril passado. Refira-se que, com esse movimento, nas últimas duas reuniões do CPMO, a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, caiu 2.5% para 10,25%.

 

Entretanto, embora a expectativa dos empresários e famílias fosse a contínua queda para aliviar os juros dos créditos em instituições financeiras, numa altura de crise pandémica, o Banco Central decidiu manter a taxa em 10,25%, com a fundamentação de agravamento das perspectivas de inflação de médio prazo e dos riscos e incertezas, perante uma maior contracção da actividade económica, em 2020, e retoma mais lenta, em 2021.

 

Para além da taxa MIMO, o CPMO decidiu, igualmente, manter as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 7,25% e 13,25%, respectivamente, e manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 11,50% e 34,50%, respectivamente.

 

Após uma sessão ordinária, o Banco Central constatou haver crescimento dos receios de pressão sobre as finanças públicas, com destaque para a saúde, defesa e segurança, por causa da propagação da Covid-19 no país e pelo agravamento dos conflitos militares em Cabo Delgado.

 

Como consequência da pressão que as contas públicas têm vindo a ter, o Banco central reportou, em comunicado, que desde a última sessão do CPMO, havida em Junho último, a dívida pública interna, excluindo contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, incrementou de 160.135 milhões para 162.424 milhões de Meticais.

 

O regulador do sistema financeiro realça ainda que, por causa da guerra e efeitos da Covid-19, desde Junho passado, os riscos e incertezas na economia doméstica aumentaram para o curto e médio prazo.

 

“Desde o último CPMO, os riscos e incertezas agravaram-se, com realce para a propagação comunitária da COVID-19 a nível doméstico e a intensificação da instabilidade militar na zona norte do país. O prolongamento desta situação pode afectar o perfil dos indicadores económico-financeiros e determinar a adopção, pelo CPMO, de medidas correctivas. A próxima reunião ordinária do órgão está agendada para o dia 21 de Outubro de 2020”, lê-se no comunicado assinado pelo Governador do Banco Central, Rogério Zandamela. (Carta)

Sir Motors

Ler 2186 vezes