A empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) registou, durante o exercício económico de 2019, queda no transporte de carga e pessoas. A fraca produção da economia moçambicana, em geral, e a depreciação do valor das commodities, em particular, figuram no topo das causas do fraco desempenho.
Em Relatório e Contas referente a 2019, o Conselho de Administração dos CFM relata, de forma desagregada, que a actividade ferroviária global, de Janeiro a Dezembro de 2019, registou o transporte de cerca de 21 milhões de toneladas líquidas, contra 24 milhões de toneladas em 2018, representando uma redução de 13% e um nível de execução de 70% em relação ao planificado. Nas linhas operadas pelos CFM, de Janeiro a Dezembro de 2019, a empresa transportou cerca de 11.3 milhões de toneladas líquidas contra 11.4 milhões, transportadas em 2018, o que corresponde a uma realização de 80% em relação ao plano.
“O fraco desempenho do sistema ferroviário deveu-se fundamentalmente a problemas de volatilidade dos preços das commodities no mercado internacional, agregado à fraca produção na mina de carvão da Vale-Moçambique em Tete (Corredor do Norte), da necessidade de reabilitação da linha de Machipanda para melhoria do tempo de trânsito e, consequentemente, a sua produtividade e segurança, crise no Zimbabwe associada aos problemas de conectividade das linhas férreas sob gestão do National Railways of Zimbabwe, bem como a falta de material circulante afecto na linha de Cena”, lê-se no Relatório e Contas dos CFM de 2019.
Em termos de transporte de passageiro, consta do informe que os CFM transportaram, no período em análise, 7.4 milhões contra 8.3 milhões registadas em igual período do ano passado, o que corresponde a uma redução de 11%, devido a insuficiência das carruagens, bem como o incremento de oferta de outros modos de transporte, nomeadamente, rodoviários, como Metro-Bus.
Para a redução do transporte de passageiros, a empresa aponta ainda a introdução do sistema de gestão electrónica de bilhetes e a vedação das principais estações ferroviárias, que combinadas trouxeram melhor controlo na limitação de passageiros por carruagem para conferir viagens com maior comodidade e segurança ferroviária.
No que toca à área portuária, os CFM registaram, no global, um nível de execução de 80% do plano e um decréscimo de 3% em relação ao período anterior, ao contabilizar 45 milhões de toneladas métricas (mtm) manuseadas contra 46 milhões de 2018.
Relativamente aos terminais sob gestão dos CFM, a nossa fonte mostra que foram manuseadas 9.0 mtm em 2019, contra 8 mtm manuseadas em 2018, o que representa um crescimento em torno dos 19% e uma execução de 89% em relação ao plano anual. (Carta)