A empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) diz, em Relatório e Contas de 2019, que se viu obrigada a suspender ou adiar investimentos que resultariam na retenção de mais de mil milhões de Meticais, facto que, a partida, representará uma redução de investimentos previstos para 2020 de cerca de 15%.
Durante o ano de 2020, os CFM previam investir, de fundos próprios, pouco mais de 7 mil milhões de Meticais, mas, por causa dos efeitos negativos da Covid-19, a empresa reviu o investimento para pouco mais de 6 mil milhões de Meticais.
Com o reajuste, consta do informe dos CFM que a direcção sul da empresa é a que mais sofreu com a redução de investimento previsto para quase metade. Previa receber mais de 1.2 mil milhões de Meticais, mas o Conselho de Administração da empresa cortou a verba em 46%, isto é, para 686.4 milhões de Meticais.
A direcção norte da empresa é a segunda que mais cortes sofreu. De 271.6 milhões de Meticais previstos, a direcção viu 29% da verba retida, ficando com apenas 193.5 milhões de Meticais.
Por causa da crise pandémica, os CFM antecipam também um impacto negativo da sua produtividade, com a redução do transporte de pessoas e bens, bem como o manuseamento de carga nos portos.
“Dependendo da profundidade e extensão temporal dos impactos disruptivos, a actividade e rendibilidade será afectada em menor ou maior grau. Todavia, com base em toda a informação disponível à data, incluindo no que respeita à situação de liquidez e de capital, bem como quanto ao valor dos activos, considera-se que se mantém aplicável o princípio de continuidade das operações [dos CFM no futuro]”, garante a empresa em Relatório e Contas de 2019. (Evaristo Chilingue)