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quinta-feira, 05 novembro 2020 06:52

Standard Bank prevê que Moçambique vença recessão no segundo trimestre de 2021

O economista-chefe do Standard Bank, em Maputo, previu que a economia moçambicana supere a recessão durante o segundo trimestre de 2021, segundo uma nota de análise, ontem divulgada.

 

“Perspectivamos que a economia supere a recessão apenas durante o segundo trimestre de 2021, podendo alcançar um crescimento médio de 2% para o ano como um todo, que contrasta com a previsão, para este ano, de uma contração de 1,3%”, referiu Fáusio Mussá.

 

Os números mantêm-se em linha com os divulgados pelo banco no início de outubro. “Ambas a actividade económica e a confiança nos negócios, em Moçambique, continuam deprimidos e a sofrer as consequências negativas decorrentes da pandemia da Covid-19, dos desafios relacionados com a insegurança e do alcance limitado das políticas monetária e fiscal que visam promover a recuperação”, acrescentou.

 

O economista-chefe do Standard considerou que “a pausa no ciclo de diminuição da taxa de juro promovido pelo Banco Central espelha o aumento dos riscos associados às perspectivas de inflacção e às actuais pressões cambial e fiscal".

 

O Banco de Moçambique e a associação bancária do país estacionaram a 'prime rate' - taxa de juro de referência - da economia moçambicana nos 15,9% desde Agosto.

 

“Esperamos que a principal taxa de juro de política monetária, a taxa Mimo”, utilizada no cálculo da 'prime rate', “se mantenha no actual nível de 10,25% por um período considerável”, admitiu.

 

Neste cenário, é provável que a taxa de juro de referência “se mantenha estável nos 15,9%”.

 

Fáusio Mussa anteviu ainda, “devido à depreciação do Metical, um provável aumento da inflação, de uma média esperada em torno dos 3% este ano, para 6,1% em 2021”.

 

O Dólar terminou Outubro a valer 73,24 meticais, “registando-se assim um aumento de 19,15% desde o início do ano até à data e de 16,61% face ao período homólogo”.

 

As pressões associadas à liquidez do mercado cambial que se têm vindo a fazer sentir "poderão, possivelmente, continuar a dar azo a um aumento da cotação do par USD/MZN [Dólar/Metical]”.

 

O banco aponta para um valor na casa dos 77 meticais no final do ano, que representará um aumento de 5,1% face às cotações actuais.

 

"Para melhorar as expectativas, será necessário paz e reformas estruturais que promovam investimentos fora do sector dos recursos naturais", concluiu. (Lusa)

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