Dois anos depois do apagão verificado no sistema de pagamentos electrónicos, em Moçambique, então operado pela portuguesa BizFirst, o Banco de Moçambique anuncia a entrada, em funcionamento, de uma nova solução de processamento da Rede Nacional de Pagamentos Electrónicos (SIMOrede), a ser fornecido pela empresa Euronet Wordwilde Inc, sediada nos Estados Unidos da América. O anúncio foi feito esta segunda-feira, em Maputo.
A entrada do novo serviço viabiliza o contrato de licenciamento, implementação e manutenção de um sistema informático para pagamentos electrónicos interbancários, a ser utilizado pela Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO), assinado a 10 de Dezembro de 2018, entre o Banco Central e a Euronet.
Em discurso de ocasião, a Presidente do Conselho de Administração (PCA), da SIMO, Benedita Guimino, sublinhou que a nova solução de processamento da SIMOrede responde às exigências das diferentes plataformas de pagamentos internacionais, sendo os mais comuns em Moçambique, a VISA e a Mastercard, sem excluir a Amex, a Diners e a Union Pay, estas últimas, em processo de certificação pela SIMOrede.
“É com muita satisfação que anunciamos que, com a entrada em produção da nova solução de processamento da SIMOrede se inicia uma nova caminhada rumo à unificação de todas as plataformas de pagamentos electrónicos, em Moçambique, incluindo a implementação da interoperabilidade entre as instituições de moeda electrónica, Mpesa, E-mola e Mkesh, sendo que o passo seguinte será a migração de todas as instituições de crédito e sociedades financeiras para a nova solução”, disse Guimino sem precisar as datas do início da implementação da unificação.
Falando em representação do Banco Central (gestor da SIMOrede), perante o Governador da instituição, Rogério Zandamela, Presidente da Euronet, Tony Warren (virtualmente), Administradores e, representantes de alguns bancos comerciais, Guimino não precisou também a vigência e os termos financeiros do contrato com a Euronet.
Convidado a comentar sobre a entrada do novo serviço de pagamentos electrónicos interbancários, o Presidente da Associação Moçambicana dos Bancos (AMB), Teotónio Comiche, disse tratar-se de um passo positivo, mas apelou para que, doravante, os bancos, a SIMO e a Euronet continuem a colaborar para que o novo sistema sirva de como deve.
“Por outro lado, há todo um processo de certificação que continua e isso vai exigir que os bancos tenham uma colaboração efectiva para que as coisas ocorram de uma maneira possível”, acrescentou Comiche.
Refira-se que a Euronet substitui a empresa portuguesa BizFirst, que vinha fornecendo o serviço até ao escândalo do apagão ocorrido, em 2018, por falta de pagamento. Lembre-se que o apagão durou aproximadamente sete dias, tendo causado diversos prejuízos à economia moçambicana. Os bancos comerciais anunciaram, na altura, a perda diária de cinco milhões de meticais. A Euronet presta serviços em 116 países e tem 26 anos de experiência no provimento de serviços de pagamentos electrónicos. (Evaristo Chilingue)