Gestores da empresa pública Aeroportos de Moçambique pretendem elevar visibilidade dos aeroportos do país a nível internacional. Essa é uma das várias actividades que a empresa se propõe levar a cabo durante os dois anos à frente dos destinos da Associação Internacional dos Aeroportos de África (ACI-África).
A nomeação dos Aeroportos de Moçambique, concretamente do seu Presidente de Conselho de Administração (PCA), Emanuel Chaves, para o cargo de Presidente da ACI-África tornou-se pública em meados de Fevereiro último. No âmbito dessa presidência, os gestores da empresa querem tirar dividendos, elevando a visibilidade dos aeroportos nacionais além-fronteiras.
O desiderato foi-nos transmitido há dias pelo Porta-voz dos Aeroportos de Moçambique, Saíde Júnior. “Ao tornar os aeroportos nacionais visíveis a nível internacional, estaremos a expor as potencialidades, principalmente turísticas, do país ao continente e ao mundo”, explicou Júnior.
A empresa pretende ainda transmitir a sua experiência no processo de certificação dos aeroportos. Com 19 aeroportos sob sua gestão, dois têm certificação internacional, nomeadamente os aeroportos de Maputo e de Nacala e o aeroporto da Beira em processo de recertificação.
Segundo Júnior, os Aeroportos de Moçambique pretendem objectivamente levar o saber da certificação a outros aeroportos para garantir maior segurança aérea em África.
É também objectivo da Presidência de Moçambique na ACI-África, “tornar os voos dos aeroportos africanos aceitáveis a nível internacional. Isto é adequar a forma de fazer a aviação em África à realidade do continente, pois, o que tem acontecido até agora é que a África tem copiado os modelos de outros continentes, principalmente europeu”, afirmou o nosso entrevistado.
Para além dos aludidos objectivos, os gestores dos Aeroportos de Moçambique pretendem propor a padronização dos passaportes entre países para facilitar a movimentação dentro do continente, unificar os mercados africanos aeroportuários e tornar a região numa zona franca comercial para permitir transacções entre aeroportos e diversos países sem limitação.
“Como Presidente da ACI-África, os Aeroportos de Moçambique pretendem propor a introdução do português como língua de trabalho ao nível dos aeroportos membros da agremiação. Note que, se as comunicações forem em Português haverá um ganho maior para os países falantes da língua, porque, por exemplo, as formações e assistências técnicas ocorrerão em Português”, acrescentou o nosso interlocutor.
Enquanto estiverem à frente dos destinos da ACI-África, os Aeroportos de Moçambique pretendem também continuar a lutar para que haja maior infra-estruturação e cooperação região evitando a importação de conhecimentos de outros continentes.
A pandemia mundial provocada pela Covid-19 constitui um dos principais desafios da Presidência dos Aeroportos de Moçambique na ACI-África. No entanto, Júnior assegurou que, a região voltará a registar o tráfego aéreo pré-pandemia até 2024, graças à vacinação em curso.
“Projecções da ACI-África indicam que, com a vacinação e a criação de condições para que os aeroportos sejam sanitariamente seguros, prevê-se que este ano as predas globais ao nível da associação rondem os 43%, contra os 70% registados em 2020”, concluiu o Porta-voz dos Aeroportos de Moçambique.
A ACI-África foi estabelecida em 1991 e é constituída por 67 membros de 53 países africanos que operam em mais de 260 aeroportos e 44 parceiros. Até 2018 os associados transportaram 213.7 milhões de passageiros e 2.5 milhões de toneladas de carga.
A Associação é a voz dos Aeroportos e representa os interesses dos seus membros junto dos governos e organizações internacionais como a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), e promove a excelência profissional na gestão e operação aeroportuária. (Evaristo Chilingue)