Cresce, cada vez mais, o ambiente de descontentamento no seio dos produtores e importadores de bebidas alcoólicas, devido à contínua redução do horário de venda destes produtos nos estabelecimentos comerciais, incluindo supermercados.
Esta segunda-feira, a Associação de Produtores e Importadores de Bebidas Alcoólicas (APIBA) convocou a imprensa para, mais uma vez, contestar a medida anunciada pelo Presidente da República, a 13 de Janeiro último, de reduzir o horário da venda de bebidas alcoólicas para quatro horas (das 09:00 às 13:00 horas) de segunda-feira a sábado e proibir a sua comercialização aos domingos.
Segundo a agremiação, a medida está a causar enormes prejuízos no sector, visto que, das 09 às 13 horas, não é possível realizar o comércio de bebidas alcoólicas. De acordo com a APIBA, o volume de venda de bebidas alcoólicas baixou em 33,3%, pois, até Abril de 2020, o mercado moçambicano consumia, anualmente, 300 milhões de litros de cerveja e, desde o início das restrições, o consumo baixou para 200 milhões de litros.
“Apelar para que os bottle stores, armazéns, supermercados, possam operar dentro dos horários estabelecidos para a actividade económica, ou seja, entre as 09 e as 18 horas, para garantir empregos e uma maior contribuição fiscal do sector”, defende a organização, que, na voz do seu Presidente, Francisco Júnior, afirma ter sido excluída pelo Governo, durante a última actualização das medidas de prevenção contra a Covid-19.
“Neste último decreto, houve uma exclusão de um sector vital: o sector de bottle stores, o sector dos armazéns, mercearias e supermercados, especificamente naquilo que é a componente venda de bebidas alcoólicas”, disse a fonte, garantindo que o facto propicia o comércio ilícito destes produtos.
Refira-se que este não é o primeiro apelo a ser manifestado pelos produtores e importadores de bebidas alcoólicas, no sentido de se rever o horário de venda de bebidas alcoólicas. Já em Abril último, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique propôs o alargamento do horário de funcionamento dos bottles stores, passando a operar à semelhança dos centros comerciais e lojas de armazenistas, assim como propôs a abertura de bares e barracas por acumularem stocks de bebidas alcoólicas, com o risco de vencimento da sua validade. (Carta)