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quarta-feira, 08 setembro 2021 06:49

A Broll prevê que o mercado imobiliário africano irá recuperar no primeiro trimestre de 2023

A Broll Property Group apresenta no API Summit 2021 uma visão aprofundada sobre o futuro do mercado imobiliário em África na próxima década como parte da sua nova estratégia quinquenal, além de relatórios detalhados sobre os mercados emergentes de Moçambique e da RDC.

 

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MAPUTO, Moçambique, 7 de setembro 2021/ -- O fornecedor líder de serviços imobiliários profissionais pan-africanos Broll Property Group (www.Broll.com) prevê que o mercado imobiliário africano se normalize e regresse aos níveis pré-Covid-19 no primeiro trimestre de 2023. Esta é a mensagem principal do CEO da Broll Group Malcolm Horne, que fará uma palestra no 12.º Africa Property Investment (API) Summit 2021 de 6 a 10 de setembro.

 

"O nosso sucesso é construído com base num conhecimento e experiência aprofundados e assente numa compreensão tangível dos mercados locais em toda a África. Tal permite-nos oferecer soluções imobiliárias de ponta a ponta baseadas em serviços imobiliários estratégicos e totalmente integrados para os segmentos dos residentes e dos investidores. Na qualidade de fornecedor líder de soluções imobiliárias de ponta a ponta, estamos a monitorizar uma correlação interessante referente à relação potencial entre a implementação da vacinação em África e a respetiva recuperação económica em todo o continente", afirma Horne.

 

Isto é particularmente importante para a missão da Broll de alavancar as suas plataformas de tecnologia patenteada líderes no setor e aumentar o valor dos ativos no âmbito de um mercado imobiliário sustentável. "Não acho que teremos necessariamente a mesma tendência que se observa nos países de Primeiro Mundo, em que se prevê que a maior parte dos empregos perdidos devido à Covid-19 serão em larga medida recuperados até ao final do ano. Este será um importante impulsionador da recuperação global."

 

Muitas das tendências que dominam atualmente o mercado imobiliário internacional já eram preponderantes ou em ascensão antes da Covid-19. "Muitas das tendências que vimos, seja globalmente ou em África, estabeleceram as suas raízes antes da pandemia. Não se trata apenas de a Covid-19 conduzir inesperadamente a uma mudança massiva. Acelerou as tendências do mercado, especialmente porque os setores agora beneficiários já haviam começado a crescer antes da Covid-19."

 

Observando o mercado imobiliário internacional, Horne afirma que atualmente os vencedores óbvios são a indústria, os centros de dados e o estilo de vida, este último focado no bem-estar e na vida saudável, bem como nos cuidados de saúde. "Estes saíram-se muito bem. No entanto, se compararmos com África, também eles se saíram igualmente bem."

 

Assim, parece haver uma correlação real transversal aos setores resilientes que mais se destacaram. Em África, a indústria, os centros de dados e os hospitais têm estado na vanguarda de diversos desenvolvimentos. Num plano secundário, entre os setores emergentes de investimento que estão a ganhar força rapidamente incluem-se o armazenamento refrigerado, as instalações de autoarmazenamento e as habitações a preços acessíveis.

 

"Os verdadeiros desafios encontram-se nos escritórios, no retalho e nos hotéis", afirma Horne. No caso do retalho, o setor continua a atrair investimentos. "Sim, houve grandes retalhistas a sair de alguns mercados africanos, mas, se olharmos para a tendência internacional, um grande número de proprietários investiu efetivamente em retalhistas para garantir o seu relançamento. Observámos uma tendência semelhante em África relativamente ao ressurgimento do interesse dos investidores locais no setor retalhista."

 

No âmbito do setor dos escritórios e do fenómeno global do "trabalho a partir de casa", em que se prevê um regresso geral ao ambiente de escritório no terceiro trimestre deste ano, com grande probabilidade de adoção de um modelo híbrido, África revela-se uma exceção interessante. "Devido à lenta distribuição de vacinas em todo o continente, muitas empresas ainda estão a trabalhar remotamente."

 

No entanto, Horne não espera que o setor dos escritórios encolha necessariamente à medida que as empresas reduzem pessoal ou se consolidam. "Os escritórios terão de ser reaproveitados para aumentar o espaço entre os trabalhadores, o que resultará em menos funcionários por metro quadrado e na adoção de soluções de espaço de trabalho mais flexíveis. Por conseguinte, haverá menos pessoas, mas o espaço permanecerá o mesmo."

 

Horne está otimista quanto ao futuro impacto da Covid-19, especialmente porque a missão da Broll é "fortalecer o núcleo" do negócio para que possa permanecer resiliente e flexível. O Grupo tem uma estratégia quinquenal claramente definida para o levar "além de 2021" e preparar o negócio para o futuro, à medida que continua a explorar oportunidades de crescimento e expansão em África.

 

No que respeita à futura trajetória da Covid-19, é provável que as vacinas ganhem globalmente um grande dinamismo no quarto trimestre deste ano. Embora a taxa de vacinação permaneça baixa em África, há um período de atraso que deve ser levado em consideração. "Desta forma, estimamos agora que o impacto da Covid-19 ainda será sentido por mais um ano, pelo menos", prevê Horne.

 

"Esperamos que, no primeiro trimestre de 2023, os problemas de oferta e procura de vacinas tenham sido amplamente resolvidos, com um fornecimento suficiente em África para que consigamos ganhar impulso em todo o continente no âmbito da campanha de vacinação. Isso será positivo e marcará o início de uma aceleração da atividade económica. Na maioria dos países, as pessoas estão de volta aos centros comerciais e ao consumo. É crucial que os confinamentos não sejam instituídos novamente e é por isso que uma distribuição bem-sucedida da vacina é tão crucial.

 

"Por conseguinte, no início de 2023, as economias africanas começarão a normalizar-se e a voltar aos níveis de atividade anteriores à Covid-19. Já estamos a observar esta mudança globalmente, em que as economias têm planos para a criação, reformulação e expansão de empregos já no final do ano. No entanto, não prevemos qualquer movimento significativo no mercado de investimento, muito provavelmente até ao segundo trimestre do próximo ano."

 

Apesar destes desafios, a Broll continua comprometida com um pensamento centrado no futuro com vista a desvendar novas soluções, oportunidades e parcerias, especialmente em toda a África. "A frase 'fortalecer o nosso núcleo' é uma síntese perfeita desta abordagem, pois revela como semeamos para alavancar a nossa experiência e continuarmos a promover a inovação e o crescimento em tudo o que fazemos."

 

Horne destaca que o API Summit é uma plataforma que atrai investidores e residentes, fornecedores de serviços e financiadores. "É um dos poucos eventos no continente que é realmente um agregador de quem está interessado em ser residente ou investir em imóveis. É ainda transversal a todos os setores, do residencial ao comercial."


Os oradores de alto nível que marcam presença no evento também percorreram um longo caminho para definir o tom e as tendências do mercado imobiliário em África. "Isto não mostra apenas a importância do evento, mas o importante papel que o imobiliário desempenha na construção de economias e na criação de empregos. Foi repetidamente demonstrado que o setor imobiliário é um dos maiores criadores de empregos nas economias em desenvolvimento. Se os países conseguirem formalizar, desenvolver, expandir e reconstruir o seu setor imobiliário, não só gerariam empregos e riqueza, como poderiam alcançar uma transformação económica generalizada."

 

Um dos mercados emergentes que a Broll abordará durante uma apresentação no API Summit 2021 é Moçambique. "Temos todos os principais setores imobiliários presentes neste mercado", afirma Jose Castilho, sócio cofundador e CEO da Broll Mozambique (www.Broll.co.mz), uma joint venture com a Broll Property Group. Sendo um país em desenvolvimento, o atual foco principal é no âmbito residencial, retalhista e logístico, bem como no desenvolvimento de escritórios nas principais áreas de atividade económica como Maputo.

 

Com uma população de 30 milhões de habitantes, Moçambique oferece importantes oportunidades para investidores, especialmente na área residencial e de retalho, que são ainda setores largamente subdesenvolvidos e com muito potencial. Castilho realça a importância de ter implementada uma estrutura de investimento resiliente. O ciclo de construção pode facilmente durar três anos, enquanto o tempo de comercialização é de 1,5 a três anos, o que exige estratégias financeiras de longo prazo. "O sucesso pode ser definitivamente alcançado no mercado moçambicano através do desenvolvimento de imóveis de qualidade em locais selecionados. Lembrem-se de que o mercado imobiliário é um jogo de longo prazo."

 

Outro mercado emergente não necessariamente equiparado ao mercado imobiliário em África é o da República Democrática do Congo (RDC). Patrick Katabua, Account Director, Africa Desk na Cushman & Wakefield | BROLL (www.Broll.com), originário da RDC, mas estabelecido em Joanesburgo, fará uma apresentação descrevendo como o mercado imobiliário da RDC está a "desenvolver-se progressivamente" em comparação com o que era há três ou cinco anos.

 

"De uma perspetiva de crescimento e desenvolvimento, isto é facilmente visível. Contudo, é bastante complexo comparar o mercado imobiliário da RDC com o da Nigéria ou do Quénia que, por exemplo, estabeleceram mercados bolsistas e grandes fundos imobiliários. Este ainda não é o caso da RDC. Desta forma, o seu setor imobiliário não está tão formalizado quanto as demais potências económicas do continente."

 

Devido ao facto de a RDC estar a crescer a partir de uma base relativamente baixa, ela apresenta oportunidades em todas as áreas, desde habitações a preços acessíveis ao setor industrial, da saúde e comercial. "Trata-se de encontrar o parceiro certo e promover uma solução que faça sentido para aquele âmbito específico. Um elevado número de grandes marcas descobriu que o modelo 'copiar e colar' realmente não funciona no resto de África. É necessária uma adaptação ao contexto local."

 

Katabua afirma: "O nosso modelo atual é prestar o melhor serviço aos nossos clientes, seja em transações, serviços de consultoria, avaliações ou produção de relatórios de mercado personalizados. O nosso objetivo é representar os interesses dos nossos clientes desde a conceção até à conclusão e colaboramos com os melhores especialistas locais na matéria para garantir uma disponibilização sólida dos serviços." As melhorias no âmbito dos parâmetros relativos à "facilidade de fazer negócios" e a um melhor cenário político e económico resultaram no aumento dos interesses dos investidores, o que desbloqueia positivamente o mercado imobiliário.(Carta)

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