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Economia e Negócios

quarta-feira, 08 maio 2019 15:30

18 de Junho de 2019: o dia D do gás do Rovuma

Dezoito de Junho é a data em que a petroquímica norte-americana Anadarko e o governo moçambicano prevêem anunciar a Decisão Final de Investimento (DFI) do projecto da Área 1 da bacia do Rovuma. A informação foi tornada pública pela empresa, na tarde desta quarta-feira, através de um comunicado de imprensa, um dia depois de um encontro de cortesia entre os Presidentes da República, Filipe Nyusi, e da Anadarko Petroleum Corporation, Al Walker.

 

De acordo a nota enviada à nossa Redacção, durante o encontro entre os executivos da Anadarko e o Chefe de Estado moçambicano notou-se, igualmente, que todas as questões em negociação entre o Governo e a Anadarko têm sido satisfatoriamente resolvidas.

 

“Esperamos que o dia 18 de Junho seja um dia histórico em Moçambique, quando anunciarmos que um dos projectos mais importantes e transformadores na história do nosso país está pronto para avançar para a próxima etapa”, diz o Presidente da República, citado no comunicado.Filipe Nyusi reconheceu o compromisso contínuo da Anadarko em levar aquele projecto adiante, de modo a tornar-se realidade.

 

Por sua vez, o presidente e Director-Executivo da petroquímica disse que “com os compromissos para o financiamento assegurados, contratos garantidos, e todas as outras questões em negociação resolvidas com sucesso, a empresa está entusiasmada em dar o próximo passo com o esperado anúncio da DFI para o Projecto Mozambique LNG, no dia 18 de Junho”.

 

A Anadarko cita ainda o seu Presidente a dizer o Projecto Mozambique LNG está entre os projectos mais importantes que a nossa empresa ou qualquer outra já empreendeu, dada a escala do projecto, o volume dos recursos e os potenciais benefícios transformacionais a longo prazo que representa para Moçambique.

 

“Estamos gratos pelo apoio contínuo do povo e do Governo de Moçambique, dos nossos parceiros no investimento e dos milhares de homens e mulheres que trabalham na região de Cabo Delgado para desenvolver este projecto empolgante. Esperamos celebrar a aprovação oficial do Projecto Mozambique LNG no dia 18 de Junho”, sublinhou Al Walker. (Carta)

 

O grupo Chevron Corp tem até dia 10 de Maio para propor uma revisão ao acordo de fusão com o grupo Anadarko Petroleum Corp ou para apresentar outra proposta, informou este último em comunicado divulgado terça-feira em Houston.

 

O comunicado adianta ter o conselho de administração do grupo concluído que a proposta apresentada pelo grupo Occidental Petroleum Corp é “superior” à do grupo Chevron Corp, pelo que pretende terminar o acordo de fusão com este último e avançar para um com a Occidental.

 

A proposta revista apresentada pelo grupo Occidental Petroleum Corp propõe a entrega de 59 dólares em dinheiro e 0,2934 acções próprias por cada acção ordinária do grupo Anadarko Petroleum, que compara com a proposta inicial de 38 dólares em dinheiro e 0,6094 acções próprias por cada acção ordinária da Anadarko Petroleum.

 

A proposta apresentada pelo grupo Chevron Corp oferece 16,25 dólares em dinheiro e 0,3869 acções próprias por cada acção ordinária da Anadarko Petroleum.

 

O presidente executivo do grupo, Al Walker, que se deslocou a Moçambique para se inteirar do estado do projecto de exploração de depósitos de gás natural, referiu-se em Maputo à reunião do conselho de administração realizada segunda-feira em Houston e recordou os quatro dias que foram concedidos ao grupo Chevron Corp para se pronunciar sobre o assunto.

 

O grupo Occidental Petroleum Corp chegou entretanto a um acordo com o grupo francês Total para vender os activos da Anadarko Petroleum em África, nomeadamente África do Sul, Argélia, Gana e Moçambique, funcionando, neste último país, como operador do bloco Área 1, um projecto de gás natural com reservas comprovadas de 75 bilhões de pés cúbicos. (Lusa)

Apesar do encerramento de diversos estabelecimentos comerciais, em todo o país, devido a más condições de higiene, a Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) revela que o problema ainda não está ultrapassado, com a maior parte dos estabelecimentos a apresentarem graves problemas de higiene.

 

Entre os problemas de higiene que ainda persistem consta a lavagem dos instrumentos de trabalho e a apresentação dos funcionários com uniformes sujos e unhas cumpridas.

 

A informação foi partilhada, esta terça-feira, pelo porta-voz da INAE, Ali Mussa, falando à imprensa à margem da cerimónia de abertura do Seminário do Combate à Contrafacção, que termina esta quinta-feira (09).

 

Sem avançar dados concretos sobre os estabelecimentos comerciais recentemente encontrados nestas situações, Mussa disse que os agentes económicos apanhados nesta situação foram advertidos para mudança de comportamento.

 

No encontro, onde se fez o balanço das actividades do primeiro trimestre, Mussa adiantou que, durante as fiscalizações do mês de Abril, a INAE retirou das bancas 60 sacos de ração para galinhas, na província de Inhambane.

 

Neste período, revela a fonte, oito unidades económicas, das províncias de Tete, Manica, Inhambane, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado, foram sancionadas em 712.850 Mts, sendo que, deste valor, apenas 34.000 Mts foram pagos, estando a maior parte ainda em processo de cobrança. Alguns agentes económicos estão a pagar voluntariamente, mas outros de forma coerciva.

 

Em relação às actividades do primeiro trimestre, a fonte avançou que a INAE fiscalizou 1.528 unidades económicas, em todo o país, com especial enfoque para o sector de comércio com 1.010 estabelecimentos. As províncias de Tete, Manica, Inhambane, Zambézia, Cabo Delgado e Nampula são as que cometeram maior número de infracções com registo de retirada das prateleiras de produtos fora de prazo, tais como derivados de carne, sumos, leites, bolachas e outros. (Marta Afonso)

 

 

O Estado moçambicano gastou 60.280,6 milhões de meticais, no primeiro trimestre deste ano, mais 5.962,8 milhões de meticais que no igual período do ano passado, em que despendeu 54.317,8 milhões de meticais, representando um crescimento de 7,3 por cento nas despesas públicas em comparação com o primeiro trimestre de 2018. A informação consta do Relatório de Execução Orçamental aprovado, esta terça-feira, pelo Conselho de Ministros, durante a sua décima quinta sessão ordinária.

 

Dados fornecidos pelo órgão indicam que a execução da despesa representa 23,9 por cento do Orçamento definido para este ano (340 mil milhões de meticais) e que, neste período, o investimento atingiu 6,9 por cento do programa anual.

 

Segundo a porta-voz do órgão, Ana Comoane, constitui uma das razões para o aumento das despesas a retomada dos autos administrativos relativos às promoções, progressões e mudanças de carreira na função pública, depois da sua interrupção em 2016, devido à “eclosão” da crise, provocada pela descoberta das “dívidas ocultas”.

 

No ano passado, foram lavrados 185.605 autos administrativos do género (mais 136.598 que 2015, considerado ano de referência), que consumiram 1.8 mil milhões de meticais. Entretanto, a vice-Ministra da Cultura e Turismo considera que o processo está dentro dos limites estabelecidos.

 

Em termos de receitas, o governo revela que, de Janeiro a Março, o sector das finanças conseguiu arrecadar 49.181,6 milhões de meticais, mais 2.973,3 milhões que no igual período do ano passado, em que colectou 46.208,3 milhões de meticais, o que representa um crescimento de 6,4 por cento.

 

Segundo a governante, contribuíram para este crescimento os sectores dos transportes, turismo e agricultura, embora este último se tenha ressentido dos efeitos das calamidades naturais, em particular da passagem do Ciclone IDAI pela zona centro do país, que devastou as quatro províncias, em meados de Março. Para este ano, o governo prevê angariar cerca de 249 mil milhões de meticais em receitas.

 

No que tange à mobilização financeira, o governo revela ter mobilizado, neste período, 64.668,4 milhões de meticais, incluindo 5.274,8 milhões de meticais de mais-valias de 2017, resultantes da venda de 35 por cento da participação da ENI East África, na bacia do Rovuma, à Exxon Mobil. Esta rubrica corresponde a 19 por cento do programado para 2019.

 

Segundo Comoane, o governo considera aceitável a execução orçamental do primeiro trimestre, porque mostra um equilíbrio relativamente ao igual período do ano passado.

 

Lembre-se que, apesar das calamidades que afectaram o país nos meses de Março e Abril, o Executivo ainda não reviu a taxa de crescimento económico, fixando-se ainda nos 4.7 por cento definidos no ano passado. (Abílio Maolela)

quarta-feira, 08 maio 2019 05:53

Anadarko retoma actividades em Palma

A petroquímica norte-americana Anadarko retoma, esta quarta-feira (08 de maio), as suas actividades na península de Afungi, distrito de Palma, província de Cabo Delgado, dois meses depois da sua paralisação como resultado de ataques protagonizados por um grupo de insurgentes contra duas caravanas de empresas sub-contratadas para a construção da Vila de Reassentamento e do Aeródromo locais.

 

O anúncio foi feito, na tarde desta terça-feira (07 de maio), pelo Presidente e Director-Executivo da empresa, RA Walker, no final de um encontro com o Presidente da República, Filipe Nyusi, no qual discutiram o estágio do projecto de construção da fábrica de liquefação de gás natural. Walker explicou que a decisão decorre do facto de o governo moçambicano ter dado garantias de segurança às concessionárias das Áreas 1 e 4, na bacia do Rovuma.

 

No encontro, onde fez-se acompanhar pelo Vice-Presidente Executivo, Internacional, Águas Profundas e Exploração, Mitchell W. Ingram, o número 1 da Anadarko garantiu ainda que a petroquímica já tomou a sua decisão final de investimento e que os números serão anunciados em meados de Junho (em princípio será antes do dia 20), depois de um encontro que irá manter novamente com o estadista moçambicano.

 

A decisão final de investimento, defende Walker, irá permitir que o governo dê aval para que as concessionárias, individual ou colectivamente, avancem no projecto que, na primeira fase, comporta a construção de dois módulos de liquefação de gás natural.

 

Questionado sobre o cumprimento do calendário para a exploração do gás da bacia do Rovuma (o arranque está previsto para 2023), tendo em conta o atraso das obras de construção da vila reassentamento, RA Walker respondeu que esta informação também será dada em Junho, mas sublinhou que, em média, os projectos de LNG levam cinco anos de construção. (Abílio Maolela)

O Estado moçambicano arrecadou, no ano passado, 241 milhões de USD, provenientes dos gastos feitos pelos visitantes vindos do exterior durante a sua estadia no país. O valor representa um aumento em 60.7 por cento se comparado com o ano anterior, em que foram registados 150.5 milhões de USD.

 

Dados dos Indicadores de Referência na área do Turismo, recentemente partilhados pelo Ministério da Cultura e Turismo (MCT) com a “Carta”, à nosso pedido, indicam que no ano passado visitaram o país 2.869.869 turistas, contra 1.513.640 registados em 2017.

 

Lazer e férias continuam a ser o principal motivo que leva a maioria dos turistas a escalar o país, com 27 por cento do total de turistas que entraram, em Moçambique, em 2018. Cidadãos da vizinha África do Sul são os que mais visitam o nosso país. De todos os turistas, 34 por cento vieram daquele país.

 

Em termos de idades, os turistas adultos (36 a 55 anos) ocupam maior percentagem. Em relação ao número total dos visitantes, dados do MCT revelam que 54 por cento de cidadãos que escalaram o país, em 2018, são adultos.

 

O carro pessoal ou alugado é o meio de transporte mais usado por turistas. Do total de estrangeiros que visitaram o país no ano passado, dados do MCT indicam que 49.4 por cento vieram de carro. (Evaristo Chilingue)