O ano económico de 2021 para a empresa pública Aeroportos de Moçambique (ADM) foi, à semelhança dos anteriores, repleto de prejuízos avultados decorrentes do estado decadente da empresa, facto agravado, no ano em análise, pelo prolongamento do impacto da pandemia da Covid-19.
Em 2021, a empresa registou um prejuízo avaliado em 431.6 milhões de Meticais. Para o cúmulo, naquele ano, o passivo quase que engoliu os activos totais da empresa avaliados em mais de 38 biliões de Meticais.
O novo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, Américo Muchanga, relata no informe que os “resultados de produção alcançados entre Janeiro e Dezembro de 2021 foram deficitários e foram largamente influenciados pelas restrições impostas pelo Governo decorrentes da terceira vaga do surto mundial da Covid-19”.
Com efeito, a empresa registou 1.2 milhão de passageiros, o que representou um aumento em relação ao período homólogo do ano anterior e uma redução em 44.1% quando comparado com 2019.
No que tange às aeronaves, a empresa registou, em 2021, um movimento de 42.4 mil entradas, representando um aumento em 27.6% quando comparado com igual período de 2020, mas um decréscimo de 36.3% em relação a 2019.
No movimento de carga, os Aeroportos registaram no ano passado 10.9 mil toneladas, o que significou um aumento em 28.5% em relação a 2020 e uma diminuição em 38.2 quando comparado com igual período de 2019.
Quanto aos correios, a empresa contabilizou, no ano em análise, 497 toneladas representando um aumento em 26.85 em relação ao ano de 2020, mas 7.3% abaixo de 2019.
Com o crescimento em 3.3% no volume de negócios e diferenças cambiais favoráveis decorrentes da apreciação do Metical, o PCA dos Aeroportos afirma que a actividade desenvolvida pela empresa em 2021 caracterizou-se por resultados líquidos positivos de 1.8 bilião de Meticais. Para Muchanga, este facto “representa uma reversão à tendência de resultados líquidos negativos realizados no período homólogo de 2020 na ordem de 3.4 biliões de Meticais negativos”.
Entretanto, apesar de em 2021 os gestores da empresa terem mantido uma rigorosa disciplina, tendo concorrido para a redução de custos operacionais em 2%, as medidas de contenção não foram suficientes para evitar o resultado operacional negativo (prejuízo) de 431.6 milhões de Meticais contra 957.7 milhões de Meticais também negativos registados em 2020.
Para a verificação de informação de sustentabilidade deste relatório, a ADM contou com a verificação externa independente da BDO, que concorda com todo o relato financeiro feito pela empresa.
Até 31 de Dezembro de 2021, o activo total da empresa era de 38.6 biliões de Meticais, contra 35 biliões de Meticais registados em 2020. O passivo total da empresa registado em 2021 é 37.8 biliões de Meticais contra 36 biliões de Meticais contabilizados em 2020. O capital próprio da empresa é de 820 milhões de Meticais em 2021, contra 975.7 milhões negativos de 2020. (Evaristo Chilingue)