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quinta-feira, 28 março 2019 05:55

Oração de Sapiência na Universidade Politécnica: Tomaz Salomão desafia futuros gestores sobre contratação de uma dívida pública sustentável

O economista e antigo ministro do Plano e Finanças disse quarta-feira, 27 de Março, em Maputo, que se espera dos estudantes universitários uma análise de hipóteses e pressupostos, que leve a sociedade moçambicana a eliminar, metodologicamente, o que não está certo e assim dar respostas mais adequadas aos problemas que o País enfrenta.

 

Dirigindo-se aos estudantes, durante a Oração de Sapiência, que marcou a abertura do ano lectivo, na Escola Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias (ESGCT), uma unidade orgânica da Universidade Politécnica, Tomaz Salomão sustentou que esta expectativa decorre do facto de se entender que os estudantes universitários estão armados de instrumentos de análise necessários para fazer face, no mínimo, à interpretação correcta dos fenómenos.

 

“De vós, estudantes, espera-se que, no futuro, como gestores, possam dar um contributo para a melhoria da imagem das contas públicas do País, ao nível do défice fiscal, mas sobretudo o aconselhamento aos decisores sobre a contratação de uma dívida pública sustentável, para que a próxima geração e as vindouras não sejam escravas de responsabilidades do capital e juros de uma dívida contraída, ou de aparentes donativos, que acarretam consigo pesadas responsabilidades externas”, frisou o economista.

 

Numa outra abordagem, explicou que a grande diferença entre políticos e académicos é que os políticos sonham e, por vezes, os seus sonhos não têm nada a ver com o que é possível e real: “Os académicos também podem sonhar, simplesmente, precisam de testar os seus sonhos, como hipótese do que pode ser possível em contraposição com o que deve ser definitivamente afastado como hipótese a considerar, usando uma metodologia apropriada”, enfatizou.

 

A aula inaugural, que teve como tema “Ensino Superior e Desenvolvimento Humano”, constitui um ritual académico cultivado pelas instituições de ensino superior, durante o qual um académico versado em determinada área de conhecimento é especialmente convidado para proferir um discurso sobre um tema pertinente e actual.

 

A directora da ESGCT, Sandra Brito, explicou que ao convidar o economista e antigo ministro do Plano e Finanças, para abordar este tema, motivou o propósito de enfatizar a importância do ensino superior como promotor de um desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da actual geração, sem comprometer as gerações vindouras de satisfazer as suas próprias necessidades.

 

“Um ensino superior que busque caminhos inovadores a fim de que os seres humanos, no presente e no futuro, alcancem um patamar satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, mas de forma sustentável a fim de preservar os recursos da terra, as espécies, e os habitats naturais”, concluiu a directora da ESGCT. (FDS)

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